Mais um TOP10 musical. O leitor Anderson “Mandio” Roberto enviou uma lista daquilo que ele considera o melhor do mundo da música em 2008.
10) Flaming Lips – Christmas On Mars
Em 2008 o Flaming Lips, banda de Oklahoma, surpreendeu de novo. Não veio apenas com um disco de inéditas mas também com um filme (!). Na verdade, o disco é a trilha sonora do filme que demorou 7 anos para ser realizado. Christmas On Mars saiu da cabeça do amalucado vocalista Wayne Coyne, que dirige e também atua no filme. A história se passa em marte, em plena colonização do planeta vermelho por humanos na época de natal. Nem tudo sai bem nessa empreitada e é aí que o filme ganha toda sua graça com as alucinações do pessoal da tripulação. Já foi lançado no Brasil, mas assim como na versão americana, me parece que com legendas em russo. Russo?! Isso é Flaming Lips...
09) Mercury Rev – Strange Attractor
O Mercury Rev é da mesma linhagem psicodélica da turma aí de cima, aliás, as bandas já compartilharam seus integrantes em tempos passados. Em 2008 o Mercury Rev lançou dois discos simultaneamente, um “oficial” (Snowflake Midnight) e um disponível gratuitamente no site da banda (http://www.mercuryrev.com/) chamado Strange Attractor. Curiosamente este álbum “secundário” foi o que me chamou mais atenção. As músicas utilizam quase que unicamente recursos eletrônicos e não possuem vocal. Apesar da banda nunca ter feito nada igual, o que poderia causar um certo estranhamento por parte dos fãs, não há surpresas pois as belas melodias que só o Mercury Rev sabe fazer estão por lá.
08) Nick Cave & The Bad Seeds – Dig, Lazarus, Dig!!!
O velho Nick nunca decepciona! Ele, que em 2007 já havia lançado um discaço com seu projeto Grinderman, em 2008 retornou em plena forma com sua banda das antigas e cometeu um álbum pra lá de conciso. O lance aqui é rockão vigoroso, com letras ácidas e a performance sempre incomparável de Nick cave.
07) Cut Copy – In Ghost Colours
Esse trio australiano sabe como fazer uma festa! Sério, músicas como Lights and Music ou Hearts On Fire em 2008 foram (e ainda são) obrigatórias em qualquer pista de dança. Emulação de poperô dos anos 90 com baixões a la New Order, mas sem ser, como o nome da banda poderia sugerir, uma mera cópia. É pra arrastar os móveis da sala e fazer a festa.
06) The Breeders – Mountain Battles
Entre uma apresentação dos Pixies ali e outra aqui, Kim Deal se reunia com a irmã Kelley Deal para dar continuidade ao que seria o novo disco das Breeders. Em 2008 lançaram este Montain Battles, que depois de Last Splash, álbum clássico das Breeders dos anos 90, é o disco mais bacana das irmãs. Não há um hit como cannonball no disco, mas músicas como Bang On ou It’s The Love valem o álbum. As Breeders fizeram talvez o melhor show do festival Planeta Terra em 2008.
05) Macaco Bong – Artista Igual Pedreiro
Imagina o seguinte: Trio de Cuiabá, que faz um disco com 10 músicas, cada uma com +/- 10min., todas elas instrumentais e que são uma mistura de Jimi Hendrix com metal pesado com jazz e com música brasileira. A chance de dar merda é grande né? Não é o caso. Apesar de um certo exagero na virtuose em algumas faixas o Macaco Bong soube como poucos utilizar estas referências tão díspares e fazer um álbum tão coeso. É preciso ter estomago, mas confie em mim, após devidamente digerido dá o maior barato. Destaque para as apresentações ao vivo do trio que são sempre uma destruição total.
04) Black Kids – Partie Traumatic
Cuidado para não confundir o Black Kids com tantas outras bandas que utilizam “Black” no nome hoje em dia, como Black Lips, Black Mountain etc. Apesar dessa fixação com a cor negra pela nova geração pelo menos o som do Black Kids é bem ensolarado. Eles vêm da Florida e duas músicas do disco, Hurricane Jane e I’m Not Gonna Teach Your Boyfriend How To Dance With You, refletem bastante isso. São hits instantâneos que tocariam em qualquer rádio que tivesse uma programação minimamente descente. Mas isso, com raríssimas exceções em SP, é um sonho. O Black Kids fez o melhor show que eu vi em 2008.
03) Renato Cohen – Mágica
Em vez de um álbum, pode ser um 12”? A música eletrônica brasileira vem entregando ano após ano produções cada vez mais interessantes. Um dos responsáveis por este amadurecimento é, sem dúvida, o DJ paulista Renato Cohen. Em 2002 ele ficou mundialmente conhecido com o single “Pontapé”, que foi tocado em toda e qualquer pista de música eletrônica pelo mundo, inclusive pelas mãos de DJs da estirpe de Felix da Housecat, por exemplo. Ele está pra lançar um álbum de inéditas e em 2008 lançou o single “Mágica”. É um techno pesadão, de batidas quebradas, mas com uma linha de baixo funk super dançante e com um vocal mantra que repete ad eternum magic, magic, magic...
02) Hercules & Love Affair – Hercules & Love Affair
Andrew Butler é o cara por trás do projeto Hercules & Love Affair. O produtor se cercou de uma rapaziada classe A pra fazer um álbum calcado em Disco Music. A grande sacada foi que ele revitalizou de maneira interessantíssima o estilo do fim dos anos 70 e ainda por cima fez algo inusitado: Botou pra cantar em cima de bases dançantes Antony Hegarty, mas conhecido por seu projeto Antony & The Johnsons. O mundo estava acostumado a ver Antony cantando coisas mais intimistas, mais soul, mas sua voz a la Nina Simone caiu como uma luva neste álbum.
01) Portishead – Third
Em 2008 o Portishead lançou enfim seu aguardado 3° álbum de estúdio. Foram 11 anos de espera desde o álbum homônimo de 1997. Aqui o clima fica bem pesado. E não poderia deixar de ser diferente, pra quem já conhece o trabalho da banda. O que mudou (pra melhor) foi o jeito de cantar de Beth Gibbons que parece que descobriu as sutilezas de sua voz doce e interpreta músicas como Nylon Smile ou The Rip de maneira maravilhosa. Mas a melhor música do disco é Machine Gun que com seu arranjo absolutamente perturbador promove quase 5 minutos do que poderia ser pura agressão sonora se não fosse a linda voz de Gibbons colocando tudo no seu devido lugar. Trilha sonora perfeita para um ano bicudo, com crises financeiras e guerras idiotas.
"Sou analista de sistemas, mas nas minhas horas vagas ataco de DJ. Na verdade sou obcecado por música. Ultimamente levo um projeto com mais quatro camaradas que se chama "Vira 5 Acaba 10" e o objetivo do coletivo é levar música boa para as pessoas onde o que menos importa são rótulos."
10) Flaming Lips – Christmas On Mars
Em 2008 o Flaming Lips, banda de Oklahoma, surpreendeu de novo. Não veio apenas com um disco de inéditas mas também com um filme (!). Na verdade, o disco é a trilha sonora do filme que demorou 7 anos para ser realizado. Christmas On Mars saiu da cabeça do amalucado vocalista Wayne Coyne, que dirige e também atua no filme. A história se passa em marte, em plena colonização do planeta vermelho por humanos na época de natal. Nem tudo sai bem nessa empreitada e é aí que o filme ganha toda sua graça com as alucinações do pessoal da tripulação. Já foi lançado no Brasil, mas assim como na versão americana, me parece que com legendas em russo. Russo?! Isso é Flaming Lips...
09) Mercury Rev – Strange Attractor
O Mercury Rev é da mesma linhagem psicodélica da turma aí de cima, aliás, as bandas já compartilharam seus integrantes em tempos passados. Em 2008 o Mercury Rev lançou dois discos simultaneamente, um “oficial” (Snowflake Midnight) e um disponível gratuitamente no site da banda (http://www.mercuryrev.com/) chamado Strange Attractor. Curiosamente este álbum “secundário” foi o que me chamou mais atenção. As músicas utilizam quase que unicamente recursos eletrônicos e não possuem vocal. Apesar da banda nunca ter feito nada igual, o que poderia causar um certo estranhamento por parte dos fãs, não há surpresas pois as belas melodias que só o Mercury Rev sabe fazer estão por lá.
08) Nick Cave & The Bad Seeds – Dig, Lazarus, Dig!!!
O velho Nick nunca decepciona! Ele, que em 2007 já havia lançado um discaço com seu projeto Grinderman, em 2008 retornou em plena forma com sua banda das antigas e cometeu um álbum pra lá de conciso. O lance aqui é rockão vigoroso, com letras ácidas e a performance sempre incomparável de Nick cave.
07) Cut Copy – In Ghost Colours
Esse trio australiano sabe como fazer uma festa! Sério, músicas como Lights and Music ou Hearts On Fire em 2008 foram (e ainda são) obrigatórias em qualquer pista de dança. Emulação de poperô dos anos 90 com baixões a la New Order, mas sem ser, como o nome da banda poderia sugerir, uma mera cópia. É pra arrastar os móveis da sala e fazer a festa.
06) The Breeders – Mountain Battles
Entre uma apresentação dos Pixies ali e outra aqui, Kim Deal se reunia com a irmã Kelley Deal para dar continuidade ao que seria o novo disco das Breeders. Em 2008 lançaram este Montain Battles, que depois de Last Splash, álbum clássico das Breeders dos anos 90, é o disco mais bacana das irmãs. Não há um hit como cannonball no disco, mas músicas como Bang On ou It’s The Love valem o álbum. As Breeders fizeram talvez o melhor show do festival Planeta Terra em 2008.
05) Macaco Bong – Artista Igual Pedreiro
Imagina o seguinte: Trio de Cuiabá, que faz um disco com 10 músicas, cada uma com +/- 10min., todas elas instrumentais e que são uma mistura de Jimi Hendrix com metal pesado com jazz e com música brasileira. A chance de dar merda é grande né? Não é o caso. Apesar de um certo exagero na virtuose em algumas faixas o Macaco Bong soube como poucos utilizar estas referências tão díspares e fazer um álbum tão coeso. É preciso ter estomago, mas confie em mim, após devidamente digerido dá o maior barato. Destaque para as apresentações ao vivo do trio que são sempre uma destruição total.
04) Black Kids – Partie Traumatic
Cuidado para não confundir o Black Kids com tantas outras bandas que utilizam “Black” no nome hoje em dia, como Black Lips, Black Mountain etc. Apesar dessa fixação com a cor negra pela nova geração pelo menos o som do Black Kids é bem ensolarado. Eles vêm da Florida e duas músicas do disco, Hurricane Jane e I’m Not Gonna Teach Your Boyfriend How To Dance With You, refletem bastante isso. São hits instantâneos que tocariam em qualquer rádio que tivesse uma programação minimamente descente. Mas isso, com raríssimas exceções em SP, é um sonho. O Black Kids fez o melhor show que eu vi em 2008.
03) Renato Cohen – Mágica
Em vez de um álbum, pode ser um 12”? A música eletrônica brasileira vem entregando ano após ano produções cada vez mais interessantes. Um dos responsáveis por este amadurecimento é, sem dúvida, o DJ paulista Renato Cohen. Em 2002 ele ficou mundialmente conhecido com o single “Pontapé”, que foi tocado em toda e qualquer pista de música eletrônica pelo mundo, inclusive pelas mãos de DJs da estirpe de Felix da Housecat, por exemplo. Ele está pra lançar um álbum de inéditas e em 2008 lançou o single “Mágica”. É um techno pesadão, de batidas quebradas, mas com uma linha de baixo funk super dançante e com um vocal mantra que repete ad eternum magic, magic, magic...
02) Hercules & Love Affair – Hercules & Love Affair
Andrew Butler é o cara por trás do projeto Hercules & Love Affair. O produtor se cercou de uma rapaziada classe A pra fazer um álbum calcado em Disco Music. A grande sacada foi que ele revitalizou de maneira interessantíssima o estilo do fim dos anos 70 e ainda por cima fez algo inusitado: Botou pra cantar em cima de bases dançantes Antony Hegarty, mas conhecido por seu projeto Antony & The Johnsons. O mundo estava acostumado a ver Antony cantando coisas mais intimistas, mais soul, mas sua voz a la Nina Simone caiu como uma luva neste álbum.
01) Portishead – Third
Em 2008 o Portishead lançou enfim seu aguardado 3° álbum de estúdio. Foram 11 anos de espera desde o álbum homônimo de 1997. Aqui o clima fica bem pesado. E não poderia deixar de ser diferente, pra quem já conhece o trabalho da banda. O que mudou (pra melhor) foi o jeito de cantar de Beth Gibbons que parece que descobriu as sutilezas de sua voz doce e interpreta músicas como Nylon Smile ou The Rip de maneira maravilhosa. Mas a melhor música do disco é Machine Gun que com seu arranjo absolutamente perturbador promove quase 5 minutos do que poderia ser pura agressão sonora se não fosse a linda voz de Gibbons colocando tudo no seu devido lugar. Trilha sonora perfeita para um ano bicudo, com crises financeiras e guerras idiotas.
"Sou analista de sistemas, mas nas minhas horas vagas ataco de DJ. Na verdade sou obcecado por música. Ultimamente levo um projeto com mais quatro camaradas que se chama "Vira 5 Acaba 10" e o objetivo do coletivo é levar música boa para as pessoas onde o que menos importa são rótulos."
4 comentários:
esse disco do portishead é uma belezinha mesmo. nick cave eu prefiro nao mexer pq senao acabo cortando os pulsos. flaming lips é como se perder na rihappy completamente chapado de acido.... a coisa mais linda do mundo!
Eu não costumo interferir nos comentários, mas dizer que o Flaming Lips é como se perder na Rihappy chapado de ácido é sensacional !
Há! Ótima definição!!
Não vejo a hora de ver os próximos TOP 10!
Um grande abraço meu camarada!
Mandio
Vou cobrar publicamente!
E esse DVD do Flaming Lips? Tem jeito?
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