segunda-feira, 31 de maio de 2010

VALE A PENA ASSISTIR AOS CANAIS UNIVERSITÁRIOS

É uma boa experiência assistir aos canais universitários da TV a cabo. Com produção modesta, mas muita criatividade, eles não raro dão banho em programas semelhantes dos canais tradicionais. O mal uso da câmera é um problema comum à TV Uniban e a TV UniABC, o pessoal parece que quer escapar do estilo tradicional e fica dando umas piruetas desnecessárias, quase nauseantes, filmando coisas à toa enquanto o entrevistado fala. Mas é o tipo de erro saudável, que acompanha essa vontade de fazer diferente- se bem que nauseante mesmo é aquele Detetives da História, do History Channel, mas ali é outra coisa, eles acham que documentário é hato e pra fazer ficar "legal" e "ágil" usam aquela edição histérica e aqueles zoons insuportáveis, que tem impedem de sequer refletir sobre o que está vendo. Bom, voltando aos canais Universitários, alguns programas são ruins, outros mais ou menos e outros muito bons, não importa, o que vale é que nenhum deles reproduz aquele modelo de TV cristalizado pela Globo e reproduzido servilmente por todos os outros canais. Já vi um bocado de matérias em telejornais falando da Estação da Luz , por exemplo. Em um minuto e meio contam a história toda e em cinco minutos nós já esquecemos do que vimos, porque a informação era rala, porque entrevistado nenhum fala por mais de trinta segundos, porque as imagens aparecem e somem muito rapidamente. Pois bem, vi um programa em que um historiador falava da origem dos lubes de futebol, de como a estrada de ferro influenciou a criação de muitos deles. Em seguida entrou uma matéria que falou da Estação da Luz sem um pingo de pressa,como o assunto pede.
É uma maneira diferente de lidar com o material jornalístico, não sem erros, mas com muita vontade e boas ideias.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

sexta-feira, 21 de maio de 2010

CULTURA- PORQUE O POVO PRECISA


Depois do longo texto com reflexões sobre a Virada Cultural, pego um das pontas que deixei soltas, a da Política Cultural. O que a Virada faz é levar cultura às pessoas de uma maneira atodos possam, mesmo que sem querer, tomar contato com diversos tipos de manifestações artísticas. Isso quebra todo tipo de barreira,como a do fã de rock que diz odiar samba, a do pessoal do teatro que não gosta, sei lá, de show de rock e por aí vai. Até porque se você gosta de algum tipo de arte e, claro, tem de pagar por ela, dificilmente você arrisca. Mas enfim, o que eu dizia é que se deve haver uma política cultural ela tem de começar por levar a arte ao povo, da mesma maneira que a Virada. Porque cultura paga elitiza, e você fica com regiões inteiras e milhares de pessoas cuja única forma de cultura que recebem vem da TV aberta (não que a paga seja grande coisa, mas aí é outro assunto), que, qualquer um sabe, 90 % do tempo joga como a seleção do Dunga, apenas pra garantir o resultado, arriscando o mínimo possível. Isso reduz a coisa ao mínimo denominador comum, à esterelidade total, às fórmulas prontas que agardam todo mundo sem exigir esforço nenhum. Pois bem é, ou pelo menos deveria ser, obrigação do Estado oferecer cultura(citei antes o exemplo de cinema a céu aberto) seja na forma de espetáculos de teatro, música clássica ou exposições. A situação é tão creítica que muitas cidades no Brasil não tem sequer uma sala de cinema ou um teatro. Aqui mesmo no grande ABC temos a onipresença do Cinemark, cuja programação não é muito melhor do que a da TV aberta, bem como salas de teatros municipais que cobram ingressos caríssimos para exibirem comédias Stand-Up.

Mais do que oferecer apenas cultura o Estado DEVERIA facilitar o aprendizado artístico, na forma de bolsas de estudo escolas gratuitas, sei lá.



Vamos pensar na seguinte situação: Um jovem da vila Brasilândia que vê a OSESP por exemplo. Não vai ver, não como as coisas são hoje, mas imaginemos que ele veja e decida se tornar um violoncelista, o que ele faz? Já éum milagre conseguir um colégio técnico, imagine então ensino artístico de qualidade-pedir qualidade é pedir mais que o milagre, vamos ser sinceros.



Está tudo errado desde o princípio, porque para que nosso jovem hipotético queira ver a OSESP (existem concertos gratuitos domingo de manhã, na Sala São Paulo) ele precisa primeiro saber que ela existe e isso não vai acontecer porque, até onde eu saiba, orquestra nenhuma toca em áreas carentes. Aliás, muitas orquestras estão na pindaíba, maltratadas pelas prefeituras, pelo nepotismo (entre muito músico ou cantor porque é amigo do vereador fulano...) e aí a crise é outra, a de qualidade.





Algo está sendo feito pelo Banco do Brasil, através do CCBB
http://bb.com.br/portalbb/home21,128,128,0,1,1,1.bb. É o programa No Centro da Arte, que leva a programação do CCBB SãoPaulo para a Praça do Patriarca. Entre maio e Junho se apresentam o grupo de forró trio Sabiá, o espetáculo de música e dança Lo Mejor Del Tango (foto) e o quinteto SLAP, que usa instrumentos de sopro (oboé, clarinete, sax) para interagir com o filme The Circus, de Charlie Chaplin. As apresentações são ou ao meio dia e meia ou às 18h00, o que é estratégico -você "fisga" as pessoas no almoço ou saindo do serviço.



Antes de reclamar que o povo não gosta disso ou daquilo, que prefere ver TV, é preciso levar a Cultura ao encontro das pessoas. O vale cultura vai ajudar, claro, mas a pessoa não vai buscar aquilo que não conhece e muita gente vai acabar usando esse valor apenas pra engordar a arrecadação de Transformers 8, Jogos Mortais 15, sei lá - nada contra ver filme em que psicopata retalha as pessoas ou que caminhão vira robô gigante, mas não dá pra ficar só nisso.

E se quisermos mai artistas, ajudar quem queira se tornar um. Só assim há um crescimento cultural no país. E pra quem estiver pensando que isso tudo é bobagem pode começar a repensar porque num país em que o nível cultural é nivelado pela TV e onde universitários tem dificuldade para interpretar um texto (escrever, então, nem se fala) é porque a coisa vai mal.


segunda-feira, 17 de maio de 2010

VIRADA CULTURAL- PORQUE O POVO PRECISA

Escrever em um blog é uma luta e tanto contra si mesmo, afinal nõ é pequena a tentação de se fazer passar por sabe-tudo. São poucos os leitores e menos ainda os que colocam algum comentário(quando eles existem), então, na prática, fica como se fosse um monólogo diante do espelho. O blogueiro fala o que quiser e bate palmas para si mesmo e tudo fica bem.
Bom, nem tanto, afinal esta postagem serve pra desmentir (pelo menos em parte) a anterior, quando eu critiquei duramente a Virada Cultural. Em resumo eu disse que o evento havia chegado ao seu limite duas edições atrás e dali em diante a tendência seria trair sua própria essência que é ofereer cultura da maneira mais plural e acessível e também que a formação de público seria melhor conseguida se parte do orçamento da Virada fosse para políticas públicas (como exibição de filmes ao ar livre, por exemplo).
Vamos lá: essa edição da Virada conseguiu superar aquilo que havia sido um problema aparentemente insolúvel, o do execesso de pessoas, que impedia a circulação, portanto bloqueava o evento , mantendo as pessoas fechadas em nichos de sua preferência(quem era fã de rock ficava só no palco de rock, até porque não conseguiria ira outro lugar). Foi de certo modo uma questão de logística; a distribuição dos palcos foi inteligente, os que concentravam mais público estavam bem distante uns dos outros, evitando assim o "congestionamento" de pessoas. Também não havia atrações em ruas de acesso aos palcos, nem na entrada do metrô Sé. Isso possibilitou a livre circulação de pessoas e, portanto, o contato com toda forma de arte. Daí que aontecem coisas incríveis, só possíbilitadas pela Virada, como um grupo de Congada irculando pela cidade e, indo atrás deles, heppies, universitários típicos, pessoal com camisetas de bandas de metal e farotos fantasiados de Hary Potter.
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A OSESP, após um período turbulento sob o comando de John Nashling, estreou na Virada agora sob a batuta de Artur Nestróvski e sua nova diretriz: ir ao enontro do público. E não poderia ter sido melhor: uma multidão de pessoas num domingo à tarde, sentadas, em pé ou mesmo penduradas nas grades do parque da Luz, mas em silêncio ouvindo a Tchaikovsky e Shumman. E aplaudindo efusivamenbte os bailarinos da SP Companhia de Dança, que fizeram apresentação especial. Logo ao final, as pessoas levantaram , pegaram suas cadeiras e correram em disparada para o palco no lado oposto da avenida, onde começaria um espetáculo de dança contemporânea.
Aí está a prova de que não faz sentido essa elite (econõmica, não a intelectual) diz, que o Povo não gosta de músia clássica. Mentira, o povo gosta sim, só não tem acesso.
E exige pouco esforço imaginar o que uma política pública eficiente pode fazer em áreas eonomicamente desprivilegiadas. As criaças não tem acesso a cultura de espécie alguma, só à TV (cujos valores obedecem aos critérios da audi~encia) e seus ideais de sucesso na sociedade são os criminosos. O rime seduziria muito menos jovens se a possibilidade deles serem músicos, bailarinos, artistas fosse tão acesivel quanto conseguir um revolver.
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A melhor surpresa, para mim foi mesmo a tal "Dimensão Nerd" provando que o significado nda palavra cultura é mesm ampla. E o local foi significativo, a Praça Rossevelt, reduto de mendigos, usuários de drogas e do povo que circula pelos teatros e que não é qualquer público de teatro, é bem diferente,k por exemplo, dos endinheirados das salas do Bixiga, por exemplo.
Os artistas estavam lá, afinal os teatros e os bares estavam funcionando, mas convivendo com uma garotada que fazia um jogo que é também interpretação, o RPG e ao mesmo tempo usando fantasias. O diálogo deve ser explorado, entre a cultura pop nerd e o teatro "underground"(não gosto da palavra mas vai ela mesmo) da Roosevelt. E só mesmo na Virada para esses dosi grupos tão distinmdo dividirem o mesmo espaço, ainda que suas experi~encias sejm ligadas pela interpretação de apéius, por viver numa outra dimensão que não a real, a ordinária. Cada um a sua maneira, claro.
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A Virada devolve o Centro ao povo? Antes eu disse que isso era balela, que dado nenhum prova que a população volte ao centro por causa da Virada e que o que há é mera oupaçlão predatória. Ora, disse isso ainda lembnrando da edição de 2009, que aliás ganhou as manchetes dos jornais exatamente por causa do mau comportanto de muitas pessoas. Saiu notícia de uma morte este ano, a primeira. Mas parece ter sido um probelma daqueles impossíveis de evitar. O centro estava cheio de lixo, é verdade, mas isso foi burrice pura, achar que as lioxeiras minúsculas do centro dariam conta de 4 milhões de pessoas (número estimado pela prefeitura).
E havia uma profusão de banheiros, quie, apesar de tudo, não impediram alguns garotões bem vestidos de urinar da rua. A ocupação predatória existiu sim, é um mau hábito latino americano, mas diminuiu frente a uma organização eficiente.
E a Virada devolveu o Centro ao povo, ainda que por 24 horas apenas, quando se pôde atravessae aquela faixa de gaza que é a praça Roosevelt em direção ao Anhangabaú à meia noite sem ter medo de qualquer tipo de crime. O sensato é que fosse sempre assim, afinal a noite paulistana é uma espécie de virada cultural, mas que tranca as pessoas nos carros e as faz reféns dos estacionamentos. E, sem pessoas que circulem à pé, vivendo e não apenas usando a cidade, o centro não renascerá nunca.
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Pra finalizar; é só uma impressão minha (e isso não quer dizer nada), mas acredito que o público foi bem menor do ano passado. Primeiro porque não conhei ninguém que esteve na edição anterior e não se dissesse traumatizado. Segundo porque a prefeitura divulgou um número de visitantes igual ao do ano anterior. Sabendo que é uma prática comum aumentar o público de evntos desse tipo a cada ano,me parece que na impossíbilidade de faezr isso (iria dar muito na cara, vamos dizer assim) resolveram não dizer que o evento encolheu. Ainda mais em ano de eleição.
É só uma impressão que não diz nada, mas isso pouco importaria porque para mim foi a melhor das seis edições já realizadas até agora.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

VIRADA CULTURAL- PRA QUÊ?

Enfim outra Virada Cultural e mais um enorme número de atrações rolando 24 horas por toda São Paulo. Ótimo, né? Não na minha opinião. A Virada começou como uma aposta de risco de imitar as "noites brancas" francesas, com atrações que atravesassem a madrugada, um oásis de cultura no meio da escassez de eventos culturais gratuitos na cidade. Só que foi inchando, inchando até atingir a massa crítica ano retrasado. Já 2009 foi o caos completo, com depredação, gente urinando de cima do viaduto do chá e pessoas não conseguindo nem sequer se desloar de um ponto outro do centro da cidade.
A que serve um evento assim? Aos marketeiros da prefeitura que rejubilam com números recordes(ano passado disseram que foram 4 milhões de pessoas, este ano esperam ainda mais), com certeza. Mas e ao público? A intenção era a de formar público, oque só é possível se você permite om que as pessoas irculem livremente entre uim ponto e outro, podendo encontrar uma pista de música eletrônica aqui, uma orquestra sinfônica lá e, no meio do caminho, ouvir heavy metal e ver uma exposição no CCBB. Senão o que acontece é a formação de bolsões de pessoas por interesse pessoal. Quem gosta de rock ,por exemplo, fica só no palco de rock e não toma contato com outras artes. Quem quiser ver comomdeveria ser a viarad cultural é só ir á virada esportiva., que até agora não cedeu à tentação de colocar atrações que chamam um públio enorme, além do tolerável.
E aí tem aquela história de que serve pra "repovoar" o centro, para trazer as pessoas de volta ao centro de São Paulo. Balela, o que ocorre é uma ocupação predatória, daquelas que o pensador Argentino Nestor Garcia Canclini fala tanto e que é herança duplamente maldita; do comporytamento do colonizador, que vinha aqui levava o que queria e deixava destruição para trás e do índio nômade, que usa até a fatigação um local e muda-se para outro. Não é cidadania, não é repovoação, nada . E nesse sentido não há um único dado que prove que a virada tenha contribuído.
E não é política cultural também, porque para isso teria de ter um objetivo , pelo menos um ideal, o que não há. E é de se pensar no gigantismo do evento, que traz um investimento igualmente giogante, se , pelo menos parte dele não seri muito mnelhor aproveitado numa execução de uma política pública de cultura. Um exemplo? Cinema a céu aberto. O governo financia a produção de filmes, mas não possibilita que eles cheguiem às pessoas.
A Virada não precsia inchar tanto ao ponto de explodir. Pode muito bem encontrar um tammanho e uma finalidade ideiais.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

YA BA DA BA DOOO !!!


Pois é, agora, meio encoberto nos noticiários pelo barulho da Crise econômia na Grécia e pelas disputadíssimas eleições no Reino Unido, um grupo de cientistas divulga que houve cruzamento entre o homo sapiens e o homem de neanderthal, extintos há 25 mil anos.

O que isso tem de tão importante? Muita coisa. Primeiro, o que os cientistas alemães do Instituto de Antropologia Max Plank mostram é que nossa idéia de pureza e superioridade racial (os outros desaparaecema porque eram "menos evoluídos") foi pras cucuias pelo simples motivo de que aquela linha evolotiva, com um macaquinho (que mais parecia o mascote dos SuperGêmeos0 numa ponta, mostrando o ser menos evoluído seguindo até o bonitão de coluna ereta (todos nós, mas sem barriga alvície ou lordose) não faz mesmo sentido. Quer dizer, isso não é novidade, Stephen Jay Gould paleontólogo pop que já apareceu até nos Simpsons sempre fez questão de frisar quie a evolução não era uma seta no tempo que ia do menos ao mais evoluído, mas era assim que aparecia nos jornais e até nos livros didáticos. A rigor, nem Darwin nunca acreditou nisso. Mas, voltando ao sexo inter racial (como dizem nso filmes pornôs), essa idéia de que o neanderthal desapareeu para dar lugar à espécie feita á imagem e semelhança da divindade cai por terra. Grosso modo, não desendemos dos macacos(essa também é outra confusão, mas não abe neste texto), nós somos esse tal "macaco", temos de 1 a 4 % de seus genes.

Agora todas as metáforas de pureza, ditas quase sempre por religiosos, ou por gente violenta (ou, não raro, as duas coisas juntas), devem ser ainda mais desacreditadas, afinal este é mais um golpe no orgulho humano, que vem sendo espancado faz tempo, com Kepler, Copérnico, Darwin,Marx, Eistein, Freud...