sexta-feira, 31 de julho de 2009

UM ANO


Termina Julho e posso dizer que este blog comemora um ano de existência. Durante esse período, passaram por aqui figuras ilustríssimas como os Professores Doutores(e especialistas em quadrinhos) Roberto Elisio e Waldomiro Vergueiro, o premiado escritor Luis Ruffato, o quadrinista mais roker do Brasil, Mario Baraldi e brilhante ator João Bourbonnais. A todos eles e a vocês, leitores, meu muito obrigado e um enorme abraço !
Até a próxima postagem !


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A primeira postagem foi sobre o personagem dos quadrinhos de Eugenio Colonnese, Mirza. Ressaltei seu caráter hibrido,antropofágico , que unia os clichês das lendas de vampiros aos cenários dos filmes de Drácula da Hammer `a praia ensolarada na qual a vampira se bronzeava. Para comemorar o aniversário com o mesmo tema, lembro que num desses domingos após a morte de Michael Jackson, num programa de auditório o MC Créu fez sua versão de Triller, com uma jaqueta vermelha e bailarinos maquiados como zumbis. Na maior parte do tempo ele repetiu a coreografia, até que os mortos-vivos fizeram um trenzinho sacana, típico do funk carioca. Mirza era bem isso aí.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A ERVA DO RATO


A Erva do Rato é um filme estranhíssimo em que coisas estranhas acontecem o tempo todo. Quem for à única sala de cinema em que ele é exibido buscando “entender” alguma coisa, ou perderá seu tempo ou terá de voltar outras vezes e fazer uma análise cuidadosa, porque é assim o cinema do Júlio Bressane,poético, composto de figuras de linguagem e que presta muito mais à experiência do que à compreensão completa.Um cinema,enfim, de significantes mais do que de significados. Por isso apenas amontôo aqui algumas observações :

Há presença significativa e recorrente do mar (ou do elemento água) que muitas vezes se faz presente apenas como som e que ora empresta seu significado à cena mostrada, ora funciona como um comentário/complemento. É também íntima a relação água-sexo-morte que percorre todo o filme e está maravilhosamente explicitada num único movimento de câmera, não por acaso o primeiro, em que a imagem se desloca de uma paisagem de praia belíssima para um pequeno cemitério, onde estão os dois únicos personagens do filme,interpretados por Selton Mello e Alessandra Negrini.

Há uma relação sexual que nunca se concretiza, pela repulsa que ambos personagens parece ter ao sexo e que está encarnada na figura do rato, que é o próprio desejo, ao mesmo tempo invasivo e abjeto, vida e morte e que escapa a quase toda tentativa de freá-lo.
Uma abóbora aberta e o rato a entrar e sair dela, representação do sexo repulsivo, da invasão odiosa aos olhos do homem amedrontado.


Há este casal que não ousam tocar-se e cujo erótico só se manifesta intermediado pela câmera fotográfica. A profusão de espelhos ao longo do filme demosntra e que refletem os atores destaca a importância da imagem. Esta é para ele perfeita, não a mulher e a ira dele contra o rato começa por que esse rói as fotos. Numa cena magnífica vemos ele fotograando Negrini a uma boa distância. Sua sombra, no entanto, assim que ele toca com a mão a câmera fotográfica , projeta-se sobre ela, tocando seus seios. Ao fundo, no espelho, a imagem é projetada de modo que eles parecem estar se beijando.


Seria um comentário a isso tudo o fato de, durante os créditos finais aparecer Bressane dirigindo a dupla de atores, para nos lembrar da representação, dessa existência dupla intermediada pela câmera?- o cinema não é mais do que fotografias em movimento.
E há, por fim, sequencias poderosas, que começam ridículas, quase cômicas, mas que de tão longas causam desconforto, como a do cadáver(não explico para não tirar o impacto de quem for assistir) ou a dos “espectadores” da nudez de Negrini.


Pode ser apenas coincidência, mas grandes obras extrapolam seu intento original. A Erva do Rato parece dialogar com uma mania que, se tem origem com a invenção da fotografia(ou até antes) agora ganha dimensão incomparável, que é a da excitação pela fotografia, pelo filme, como se ele tivesse uma vida independente do corpo. Hoje isso é chamado de sexting e virou mania entre adolescentes e jovens(mas não só), que enviam via celular ou postam na internet fotos de seus corpos nus, ou em poses sensuais . Devo retornar a esse tema com mais cuidado, em breve.


No mais, maiores significados devem ser buscados no significado da obra de Machado de Assis, sobreposta ao filme. Não é um trabalho fácil, mas Bressane nunca quis facilitar a vida de ninguém.

***A Erva do Rato está em cartaz na sala 7 do Frei Caneca Unibanco Arteplex (rua Frei Caneca ,569) somente às 18h10. Informações pelo fone: 3472-2365***

segunda-feira, 27 de julho de 2009

JUBIABÁ


JUBIABÁ é a adaptação para HQ do romance de mesmo nome escrito por Jorge Amado em 1935 e que conta a história do “negro valente e brigão” Antônio Balduíno, aquele que “ furtou mulata bonita,brigou com muito patrão” , desde sua infância no morro do Capa-Negro, interior da Bahia, até a idade adulta, em Salvador.
Naquilo que diz respeito apenas ao trabalho de Spacca, podemos lembrar da máxima de Flavio de Campos em seu livro Roteiro de cinema e televisão (Jorge Zahar) : “Uma adaptação só estará plenamente realizada se,ao final,ela se sustentar como obra autônoma”. O excesso de zelo e fidelidade à obra original pode custar um preço alto à alma da adaptação. Nesse sentido é quase didático o desencontro entre texto e imagem no filme Um Copo de Cólera, de Aluízio Abranches, que transpôs palavra por palavra o livro de Raduan Nassar. Já Lavoura Arcaica,de Luiz Fernando Carvalho, também uma adaptação de Nassar, se deu melhor pois soube transmitir a essência (e não apenas a superfície)do livro. A fidelidade canina também feriu de morte Watchmen, de Zack Snider, decalque sem alma dos quadrinhos de Alan Moore e Dave Gibbons.
No caso de uma adaptação literária, não para o cinema, mas para os quadrinhos, há um fator complicador : muitas vezes é quase uma obrigação manter algo do texto original, seja nos diálogos, seja na voz do narrador, dado que se lida não com a palavra falada (como no cinema) mas sim com a palavra escrita. Ainda mais quando se lida com um texto que tem ritmo, sonoridade e cadência próprias, como o do autor de Dona Flor e seus dois Maridos.
Spacca ,sempre reverente, cumpriu bem a tarefa de traduzir em imagens toda a riqueza descritiva do escritor baiano. Num único quadro de página inteira, onde nos mostra o jovem Antônio Balduíno caminhando altivo pelo Pelourinho, entendemos a maneira como o garoto briguento vive livre, como um pequeno rei, um Zumbi em seu Palmares. São preciosas as últimas páginas do álbum que trazem, além de estudos de roteiro e comparação com trechos do livro, esboços de Spacca. Lá é possível ver como ele poderia ter desenhado os personagens e cenários de maneira realista. Tivesse optado por isso, no entanto, entregaria um retrato fiel da Bahia da década de 1930, mas não conseguiria transmitir tão bem o espírito da obra. Seus desenhos são cheios de curvas, alegres e coloridos como a Bahia de Jorge Amado.Numa comparação bem livre, pode-se dizer que Spacca trilhou menos o caminho do retratismo de Debret ( pintor oficial do Brasil nos tempos do Império) e mais o da sensualidade e da liberdade no trato com as cores e formas, de Di Cavalcanti. E é por isso que devemos considerar esta HQ como uma obra autônoma, com identidade própria, não mero convite à leitura do romance.
Quanto à história , ela é exatamente a mesma do original , portanto aqui deixamos de falar do quadrinista para nos concentrar unicamente no romancista. Apesar de não ser obra madura(Jubiabá foi escrita mais de vinte anos antes de Gabriela cravo e canela) já se pode notar aqueles elementos que posteriormente serviriam de inspiração para que o antropólogo Roberto DaMatta escrever seu clássico A Casa e a Rua, um dos mais importantes estudos sobre a construção , organização e identidade da sociedade brasileira. Para ficar num único exemplo: a figura do Comendador Pereira, português que diz que cria Balduíno como a um filho, mas o trata como um senhor que permite que seu escravo more na Casa Grande. Esse personagem expressa muito do paternalismo e do racismo cordial que infelizmente ainda hoje imperam, assim como os garotos pedintes e sua lábia, que apenas migraram para os trens metropolitanos.
Agora, se o leitor quiser realmente saber quem é Jubiabá, que compre o álbum ou o romance.

terça-feira, 21 de julho de 2009

CÂNDIDA - Correção

Prontos para mais uma paspalhice deste blogueiro? Então vamos lá.
Eu disse que se tratava da "história da esposa de um pastor anglicano que se envolve com um poeta"(de onde surgiria um triângulo amoroso) ecoando o que diziam os guias de cultura dos jornais , que provavelmente repetiam o que lhes havia sido passado pela assessoria de imprensa. Errei e já lhes digo o porquê. Também adiantei que, em se tratando de George Bernard Shaw ,nada transcorreria de acordo com o previsto e não teríamos um melodrama.Nesse caso,enfim, um acerto.
Pra começar, Cândida não “se envolve” com o jovem poeta de origem nobre,mas sim passa a ser assediada por ele. Logo de início existe uma tensão sexual (apenas de início, por que depois é muito mais do que isso), mas não um triângulo amoroso. Mas interessa falar mais das virtudes da peça do que das limitações deste blog (uma pesquisa decente sobre o texto da peça teria evitado o erro).
O pastor, grande orador, é o homem da doutrina, do discurso. O poeta é pura exacerbação (e afetação) dos sentimentos ; tudo então parece se encaminhar para que a figura do jovem diabrete leve desassossego à vida pacata e monótona de dona de casa levada por Cândida, que se veria obrigada a optar entre segurança e aventura, amor e paixão, ou seja, entre a prosa e a poesia. Mas só parece(e eu fiz você,leitor, crer que era de fato isso o centro da peça)
É,na realidade, a figura de Cândida que,ao invés de ser passivo objeto de desejo masculino, joga luz sobre a fragilidade dos discursos(sejam eles oratória ou poesia) e das figuras humanas,sobretudo a tolice do orgulho masculino.
Não digo mais (e haveria muito a se dizer) sobre o risco de estragar o prazer de quem for assistir à peça. Para estes, aliás, um recado: atenção especial o significado que envolve o quadro “Assunção da Virgem” de Ticiano (pintor do Renascimento veneziano) .

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Merecedora de atenção também é a atuação de corpo inteiro dos atores. Bourbonnais, por exemplo, interpreta o pai de Cândida, sujeito autoritário, orgulhoso, arrogante e oportunista. O modo como o ator se move, a passos largos e pés que parecem ir cada um numa direção diz muito sobre o personagem. É um espetáculo a parte o modo como ele cumprimenta as pessoas, com a mão retesada e os dedos tão abertos quanto lhe fisicamente é possível. Seu genro, o pastor, é nesse sentido, seu oposto;retesado rijo, em tudo exprime firmeza.

terça-feira, 14 de julho de 2009

TEATRO CÂNDIDA / SENHORA DOS AFOGADOS


A dica não podia vir de fonte melhor;o ator João Bourbonnais, que fez o papel de Antero (pai da protagonista) no filme Falsa Loura visitou este blog e convidou a todos a assistirem as peças Cândida e Senhora dos Afogados, ambas do Núcleo experimental da Cooperativa Paulista de Teatro, companhia da qual faz parte.
Os dois espetáculos têm direção de Zé Henrique de Paula, sendo que Bourbonnais atua em “Cândida”, que conta também com a presença da atriz Bia Siedl (foto). A peça é originalmente um texto de 1895 do jornalista e dramaturgo irlandês George Bernard Shaw, um dos modernizadores do teatro inglês cuja obra mais famosa talvez seja Pigmalião(que deu origem ao musical My Fair Lady,no cinema estrelado por Audrey Hepburn). “Cândida” conta a história da esposa de um pastor anglicano que se envolve com um poeta; no entanto Shaw, com seu texto irônico e ácido e suas personagens femininas marcadamente inteligentes, não entrega o dramalhão que se pode supor de um triângulo amoroso desse tipo.
Já esta “Senhora dos Afogados” (que foi recentemente encenada pelo gigante Antunes Filho), é uma versão musical do texto de Nelson Rodrigues, em que a releitura do cronista carioca para a tragédia grega de Electra (aquela que planeja a morte da mãe por estar apaixonada pelo próprio pai) ganha o acompanhamento de onze canções brasileiras de compositores como Chico Buarque e Djavan.



Ambas as peças estão em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso às sextas, sábados e domingos, 21h30, 21h e 19h respectivamente.
O teatro fica na rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista, Centro.

Os ingressos custam R$ 20,00 (inteira).

Informações pelo fone (11) 3288-0136

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Quem ler o campo dos comentários poderá se divertir com mais uma mancada minha. Chamei de Anselmo o personagem de João Bourbonnais em Falsa Loura quando na verdade o nome correto era Antero...Mais um erro causado pela falta de atenção, exatamente como chamar de "fracasso" um disco que vendeu 20 milhões de cópias. Isso já está virando um blog de humor...De qualquer maneira, foi melhor do que dizer que Boris Karloff foi o vampiro mais famoso do cinema...Quem disse? A Folha de São Paulo, ora...heheheh

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A IMPRENSA E MICHAEL JACKSON


Apenas um complemento ao texto de ontem. Gay Talese, expoente do new jornalism, corrente norte americana que nos anos 1960 rompeu com os limites entre jornalismo e literatura, disse em entrevista à Folha de São Paulo que "a imprensa deve desculpas a Michael Jackson". Ele diz também que Gay Talese,que está no Brasil para participar da 7ªFLIP(Festa Literária Internacional de Paraty), na entrevista não se detém sobre a Internet, diz que "nem vale a pena discutir". Aliás, uma busca simples pelo nome do cantor no Google Imagens traz muito mais trucagens e piadas maldosas do que fotos de arquivo - é importante frisar aqui que Talese negligencia o potencial útil da internet,como as imagens gravadas por celular sobre a repressão no Irã que ganharam o mundo via o microblog Tweeter. Mas isso já é outro assunto.

Abaixo, transcrição de alguns trechos da matéria:



"A forma como o trataram é horrível" . Para ele,os problemas do astro pop-drogas,isolamento se agravaram pela forma irresponsável com que a imprensa lidou com as acusações de abuso sexual que pesavam sobre ele."Morreu difamado antes de ter morrido. Seja qual for a razão que o legista der para a morte,não vai fazer diferença.Ele começou a morrer quando as acusações ganharam as manchetes.Em conluio com os acusadores estava a mídia americana".



"Agora que Michael Jackson está morto todos se lamentam,como se sua morte fosse uma tragédia nacional. Mas ele já era uma tragédia nacional todos esses anos e ninguém o ajudou.Viveu em infâmia"





quarta-feira, 1 de julho de 2009

A RESSURREIÇÃO DO REI DO POP


Bem uns oito anos atrás, um amigo me disse, a propósito do volume altíssimo no qual eu ouvia Beat it (ou Billie Jean, não me lembro bem)no carro: “mulher nenhuma vai olhar pra nós enquanto você continuar tocando Michael Jackson”. Ele não estava errado. Até sua inesperada morte, o nome de Jackson era somente lembrado para falar de sua aparência cadavérica e de seu comportamento bizarro.
Um teórico da comunicação (não lembro quem,exatamente agora) afirmou certa vez que,ao olharmos para um quadro de Delacroix (1798-1863) vemos não só a obra - o exemplo era A Liberdade guiando o povo(1830)- , mas a somatória de interpretações que já foram feitas sobre ela, sob o filtro de nosso tempo e nossas experiências pessoais. Pois bem, estou inclinado a pensar que é o que se passou com M.J. No fim de semana seguinte a sua morte “99% dos DJs tocaram Michael Jackson” para usar as palavras do meu amigo DJ Mandio, ele próprio um desses. E o pessoal, eu incluso, dançava Billie Jean como se ela fosse uma das melhores canções pop de todos os tempo, o que de fato é. Fosse uma semana atrás a empolgação certamente não seria a mesma. Michael Jackson, que estava morto em vida, agora renasceu musicalmente.
O que mudou? Na minha opinião, a dramática morte fez com que ficasse para trás a imagem acumulada todos esses anos e prestássemos atenção somente à sua música. E o que antes era desprezo ou indiferença se converteu em homenagens. É possivel venham a surgir reavaliações de seus discos mais recentes.


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É muito delicado (apesar de fácil e tentador) atribuir parte da culpa à decadência da carreira de Michael Jackson à imprensa, uma vez que sua vida pessoal era envolta em mistério e bizarrices. Sua aparência também não ajudava nem um pouco. Mas me parece estranho que soa agora comece a se falar no vicio de Michael em Demerol, droga de uso rigorosamente controlado por ser extremamente viciante e cujo uso abusivo leva a uma deterioração física e psicológica. O medicamento é usada geralmente por pessoas que passam por algum tipo de sofrimento insuportável, não necessariamente físico. Os traumas da infância,a acusação de pedofilia,a carreira indo ladeira abaixo,o vitiligo, tudo isso contribuiu para o vício no Demeorol, vício este do qual ninguém falava,ou porque não tivessem fontes dispostas a dar a informação ou por que ninguém pensou em atribuir sua decadência física a outra coisa que não a um comportamento excêntrico.
Ao morrer, Michael, que tinha mais de um metro e 70 de altura, pesava pouco mais de 50 kg e estava careca,boa parte culpa do Demerol ,que, além de tudo, inibe o apetite. Por aí se mede seu sofrimento.



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Vale uma correção ao texto anterior, causada menos por desconhecimento e mais por desatenção: HIStory não foi um fracasso comercial (vendeu 20 milhões de cópias), ao passo que o disco seguinte, Invencible, de 2001,vendeu bem menos, 10 milhões de discos. Mesmo assim está longe de ser um fracasso. Thriller,claro,não é parâmetro para nada. Não foi dado,no entanto, importância devida à sua música. Enquanto a imprensa e a crítica musical louvava a reinvenção de Madonna e o fato dela estar cercada pelos melhores DJs e produtores musicais da atualidade, nem um nem outro dedicava atenção aos discos de M.J, cujas músicas ,se não estavam no mesmo nível das de Madonna, por vezes chegavam porto. Uma coisa não tem a ver om a outra, mas apenas para efeito de comparação, vale lembrar que a produção inicial da cantora tem uma sonoridade anos 80 tão indelével quanto uma marca d´água, o que fez com que envelhecesse mal. Já o som de Jackson, seja o de Off the Wall , Thriller ou tudo o que foi feito antes, continua extremamente fresco,com exceção das baladas, estas sim, impiedosamente marcadas pelo tempo.



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Já que o assunto é música , vale lembrar o samba imortal de Nelson Cavaquinho,
“Quando eu me chamar Saudade”.



Sei que amanhã quando eu morrer
Os meus amigos vão dizer
Que eu tinha bom coração
Alguns hão até de chorar
E querer me homenagear
Fazendo de ouro um violão
Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora
Por isso é que eu penso assim
Se alguém há de fazer por mim
Que faça agora
Me dê as flores em vida
O carinho da mão amiga
Para aliviar meus ais
Depois que eu me chamar saudade
Não preciso de vaidade
Quero preces e nada mais