Dos nossos três grandes cartunistas Glauco foi aquele de quem eu mais gostei por último. Explico: o Laerte teve personagens excelentes, um desenho de poucos traços prémn dificílimos e tiras reflexivas, o Angeli era o submundo, seus tipos(sub)urbanos e a relação com o universo da música, o desdém pela gente rica e empolada. Mas o Glauco sempre me pareceu o cara que fazia piadas simplórias, com a Dona Marta chegando toda vez no escritório, mostrando os peitos e alguém saía correndo.
Simplório era eu que demorei a pegar o lance todo. Glauco entendia como ninguém esses micro universos (como o escritório), desses tipos sutis demais para serem personagens de novela, como a própria Dona Marta, Solteirona com fome de subgerentes. E assim ele construía um retrato de um Brasil não retratado. Faquinha, o menor infrator a meio caminho entre a inocência e a alta periculosidade. Numa tira ele é vítima da violência policial, na outra assalta madames, e na seguinte domina um morrinho que é um montículo de terra, a visão infantil desse universo do crime. E como é humor do mundo de Glauco, ele trafica bosta de vaca, que faz os malucões viverem vidrados atrás dele. Eu poderia prosseguir aqui com vários exemplo, num texto bem construído, se não estivesse escrevendo de improviso, em horário impróprio e ainda sob a emoção da noticia. É importante dizer também que o traço dele, personalíssimo, trouxe para a cultura de massas a conquista primeira do cubismo, a representação de diversos planos numa mesma figura. Assim, seus personagens eram representados ao mesmo tempo de frente e de perfil, correndo e estáticos etc.
Bom, foi só um texto improvisado. E uma singela homenagem ao grande Geraldão !
Simplório era eu que demorei a pegar o lance todo. Glauco entendia como ninguém esses micro universos (como o escritório), desses tipos sutis demais para serem personagens de novela, como a própria Dona Marta, Solteirona com fome de subgerentes. E assim ele construía um retrato de um Brasil não retratado. Faquinha, o menor infrator a meio caminho entre a inocência e a alta periculosidade. Numa tira ele é vítima da violência policial, na outra assalta madames, e na seguinte domina um morrinho que é um montículo de terra, a visão infantil desse universo do crime. E como é humor do mundo de Glauco, ele trafica bosta de vaca, que faz os malucões viverem vidrados atrás dele. Eu poderia prosseguir aqui com vários exemplo, num texto bem construído, se não estivesse escrevendo de improviso, em horário impróprio e ainda sob a emoção da noticia. É importante dizer também que o traço dele, personalíssimo, trouxe para a cultura de massas a conquista primeira do cubismo, a representação de diversos planos numa mesma figura. Assim, seus personagens eram representados ao mesmo tempo de frente e de perfil, correndo e estáticos etc.
Bom, foi só um texto improvisado. E uma singela homenagem ao grande Geraldão !
Nenhum comentário:
Postar um comentário