Avatar, filme de maior bilheteria de todos o tempos, foi ignorado pela Academia de Artes Cinematográficas que lhe concedeu apenas três dos nove prêmios Oscar a que fora indicado, todos eles em categorias de menor visibilidade (o mais importante foi o de melhor fotografia) .Antes disso,porém, o longa já vinha sendo malhado aqui no Brasil por boa parte da imprensa.
São situações diferentes: a academia deixou passar uma oportunidade de premiar um filme que coroaria o 3D como novo rumo para o cinema – e sua salvação frente à pirataria digital ou física e a TV por um de dois motivos : Avatar terá uma sequência, isso é certo, e talvez repita o feito de Senhor dos Anéis, premiado só em 20xx em sua terceira e última parte. Mas foi explícita a preferência por outro longa de temática antibélica, Guerra ao Terror, que não só foi escolhido melhor filme como deu a Kathryn Bigelow a honra meio surreal de ser a primeira mulher reconhecida como melhor diretora nos oitenta e dois anos de premiação. Se ambos os filmes fazem uma meã culpa pelos desarranjos no Golfo Pérsico da era Bush, Guerra ao Terror apenas lamenta o prejuízo que isso causa aos norte americanos, nunca aos iraquianos enquanto que Avatar questiona esta postura colocando o protagonista e o espectador literalmente na pele dos agredidos. Não é absurdo pensar que neste momento esta fosse uma mensagem forte demais para um país que já começa a questionar sua escolha por Obama (como mostram os índices de rejeição crescentes nas pesquisas).
Quanto aos jornalistas brasileiros (incluindo colunistas não necessariamente da área de cultura, mas que trataram do filme), prevaleceu a opinião superficial, que viu no filme apenas um espetáculo de efeitos especiais sem conteúdo, um blockbuster genérico. Vale ressaltar que a crítica especializada, representada por veículos importantes como as revistas eletrônicas Cinética e Contracampo ou mesmo pela Folha de São Paulo não desdenharam da nova obra do diretor de Titanic.
O que há de valoroso em Avatar e o que teria irritado tanto assim seus críticos ?
É certo que a oposição maniqueísta entre invasores malvados e nativos bonzinhos pareceu-lhes por demais simplista, até ingênua. De fato, em tempos em que até super heróis demonstram algum nível de ambiguidade e complexidade (o melhor exemplo é o Homem Aranha) um filme assim ganha opositores facilmente. Também defender a vida tribal como pura, santa e imaculada em oposição à civilização destruidora da natureza pode ser visto sem muito favor como uma cartilha do greenpeace,ou,como dizem por aí, pregação “eco chata” que emula o discurso romântico de que as máquinas e a ciência são uma ameaça aos humanos. Mas se James Cameron carregou no maniqueísmo, fez escolhas conscientes e não obedeceu servilmente fórmulas prontas (como fazem 99% das produções holywoodianas atuais). Isto é o que eu pretendo demonstrar nas próximas cinco postagens.
São situações diferentes: a academia deixou passar uma oportunidade de premiar um filme que coroaria o 3D como novo rumo para o cinema – e sua salvação frente à pirataria digital ou física e a TV por um de dois motivos : Avatar terá uma sequência, isso é certo, e talvez repita o feito de Senhor dos Anéis, premiado só em 20xx em sua terceira e última parte. Mas foi explícita a preferência por outro longa de temática antibélica, Guerra ao Terror, que não só foi escolhido melhor filme como deu a Kathryn Bigelow a honra meio surreal de ser a primeira mulher reconhecida como melhor diretora nos oitenta e dois anos de premiação. Se ambos os filmes fazem uma meã culpa pelos desarranjos no Golfo Pérsico da era Bush, Guerra ao Terror apenas lamenta o prejuízo que isso causa aos norte americanos, nunca aos iraquianos enquanto que Avatar questiona esta postura colocando o protagonista e o espectador literalmente na pele dos agredidos. Não é absurdo pensar que neste momento esta fosse uma mensagem forte demais para um país que já começa a questionar sua escolha por Obama (como mostram os índices de rejeição crescentes nas pesquisas).
Quanto aos jornalistas brasileiros (incluindo colunistas não necessariamente da área de cultura, mas que trataram do filme), prevaleceu a opinião superficial, que viu no filme apenas um espetáculo de efeitos especiais sem conteúdo, um blockbuster genérico. Vale ressaltar que a crítica especializada, representada por veículos importantes como as revistas eletrônicas Cinética e Contracampo ou mesmo pela Folha de São Paulo não desdenharam da nova obra do diretor de Titanic.
O que há de valoroso em Avatar e o que teria irritado tanto assim seus críticos ?
É certo que a oposição maniqueísta entre invasores malvados e nativos bonzinhos pareceu-lhes por demais simplista, até ingênua. De fato, em tempos em que até super heróis demonstram algum nível de ambiguidade e complexidade (o melhor exemplo é o Homem Aranha) um filme assim ganha opositores facilmente. Também defender a vida tribal como pura, santa e imaculada em oposição à civilização destruidora da natureza pode ser visto sem muito favor como uma cartilha do greenpeace,ou,como dizem por aí, pregação “eco chata” que emula o discurso romântico de que as máquinas e a ciência são uma ameaça aos humanos. Mas se James Cameron carregou no maniqueísmo, fez escolhas conscientes e não obedeceu servilmente fórmulas prontas (como fazem 99% das produções holywoodianas atuais). Isto é o que eu pretendo demonstrar nas próximas cinco postagens.
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