sexta-feira, 26 de junho de 2009

O ADEUS AO REI DO POP


Basicamente tudo já foi dito sobre a morte de Michael Jackson. Da cobertura ostensiva da CNN às entrevistas com músicos da Band News, passando pelas estupidezas de Nelson Rubens e Luciana Gimenes, sem contar os cadernos especiais dos jornais, lembrou-se a infância sofrida, o fenômeno precoce, a fase de “rei do pop”e,claro, as mudanças na aparência, o comportamento estranho e os escândalos envolvendo acusações de pedofilia. O que resta então a este blog dizer? Muito pouco. Mas é bom lembrar do impacto de sua arte.
Os Jackson Five,onde o menino Michael estreou aos em 1965 aos 5 anos de idade, eram uma boy band,claro que eram. Mas isso no tempo em que boy band era coisa para gente do calibre de Smoking Robinson,Isley Brothers e Temptaions. E foram a última grande sacada da Motown, gravadora de hitmakers por excelência que deu ao mundo não só os grupos já citados como também Marvin Gaye e Diana Ross e que se destinava a fazer música negra para ser vendida para brancos.
Antes de serem pinçados pela Motown,no entanto, eles gravavam pela naninca Steeltown, onde emulavam o som de Chicago (da gravadora Chess) com versões de clássicos do blues como Stormy Monday, e do doo wop, como My Girl.
A veia pop do grupo era tamanha que eles estrearam em 1970 na Motown com uma inacreditável sequencia de três músicas a atingirem o primeiro lugar das paradas. “I Want You Back”, “ABC” e “The Love you Save” chegaram ao topo não só da parada de R&B, reservada à música negra, mas também da chamada parada Pop,onde competiam om músicos brancos pela atenção do público branco que nos EUA, vale lembrar, é maioria. Eles eram,naquele momento, como Elvis ou os Beatles. Um ano depois cravaram a dolorida “Never can Say Goodbye”(gravada ao mesmo tempo que a versão do monstro Isaac Hayes)em primeiro lugar da parada de R&B e segundo da de Pop music.O feito foi quase repetido pela romântica “Got to be There”, (quarto lugar em ambas paradas)na primeira gravação solo de Michael. Em 1972, ainda solo, a dobradinha de segundo lugar com a animadíssima Rockin´Robin,com direito a um “tchu bi ri bi doo” assobiado por M.J. Daí se seguiram sucessos como a melosa “Ben” até a grande virada em 1979, com “Off the Wall”, para muitos,musicalmente o melhor disco da carreira do cantor. Daí em diante o resto é Thriller e história.


Abaixo, uma escolha completamente aleatória de álbuns e músicas para quem quiser aproveitar que as lojas estão oferecendo tudo o que tiverem de Michael Jackson no estoque.




The SteelTown Sessions: 1965-1967 – Aqui pode-se ver o quanto já havia de talento no grupo dos filhos de Joe Jackson antes de serem burilados por Berry Gordy e sua Motown. Uma adorável Big Boy escancara o encanto da voz de Michael, que coloca todo mundo pra se mexer sua versão de Under the BroadWalk.
Jackson Five:The Ultimate Colection –Da trinca de ouro (I Want You Back, ABC e The Love you Save) a pérolas desconhecidas como Dancing Machine e The Life of the Party, ambas de 1974.Coletânea de rara qualidade.
SkyWriter (1973)- Álbum irregular do J5,mas que traz as ótimas "Upper Most" e "The BoogieMan".
Blood on the DanceFloor-HIStory in the Mix(1997) – disco produzido pelo próprio Michael Jackson com remixes do fracasso comercial HIStory. Deveria corrigir a injustiça,mas a atenção sobre sua vida pessoal foi maior do que a sobre o álbum. Ficaram imperdoavelmente esquecidas músicas poderosas como “Morphine” e “Blood on the DanceFloor” (composição em parceria com Teddy Riley) que, sozinhas, são melhores do que todo álbum Bad (1987).

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