quinta-feira, 25 de junho de 2009

O MÉDICO E O MONSTRO - PARTE2 ( a questão do diploma de jornalista)

O nome do programa, “Brasil Urgente!", entrega o conteúdo. A urgência se dá em casos extremos e para esses males extremos(como dizia o grego Hipócrates, o pai da medicina) remédios extremos.Datena se apresenta como o justiceiro , a solução última. O que não se diz é que essa sensação de pânico, de “urgência” conseguida através do sensacionalismo,se faz para que ele pareça indispensável, o remédio utilizado nos últimos casos de todos os dias. O objetivo, bem menos nobre, é garantir a fidelidade do espectador e entregar a audiência alta para o bem mais comedido Jornal da Band, que por si só não conseguiria atrair tanto IBOPE. Jornalismo e business se misturam com mais facilidade do que pode parecer. Retomando o livro de Vieira, “a ficção no entanto não mostrou quanta arrogância adquirem o empresário e o jornalista que uma vez embriagados por toda essa ilusão rompem os mais primários preceitos éticos(que sequer são regras específicas da profissão mas que,poderíamos imaginar,deveriam orientar todas as relações humanas). Não mostrou que se a imparcialidade exige uma boa dose de ceticismo é impossível fazer Jornalismo sem uma apaixonada vocação pelo contato íntimo com realidades nem sempre prazerosas (...)não mostrou que por mais honesto e ético que seja o profissional da mídia, ele é tão humano quanto o leitor que também lê com olhos diferentes aquilo que lhe agrada e aquilo que lhe fere”.
!!!
O fim do diploma em comunicação social como exigência para o exercício do jornalismo só tende a agravar a situação e multiplicar os justiceiros.A universidade é o local privilegiado de discussão desta profissão, que não se faz apenas de conhecimentos técnicos.É preciso estudar, debater as diferentes posições tomadas pelos jornalistas e suas conseqüências.

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