Esta postagem estava pronta aguardando o momento de ser lançada, mas eis que somos todos pegos de surpresa hoje pela morte de Eric Rohmer. Perto de completar 90 anos (faria em abril) foi, de seus pares da nouvelle vague, o que teve o reconhecimento mais tardio, talvez porque fosse o mais próximo das teorias de André Bazin, que animaram a geração imediatamente anterior, a do neo-realismo. Mas isso não fez dele um cineasta ultrapassado em seu tempo, pelo contrário. Sua poesia era outra. Ao Cinelcube, pois:
O projeto Cineclube do HSBC Belas Artes exibe desde 1 de janeiro um precioso ciclo de quatro filmes dedicados ao cineasta francês Eric Rohmer. Oriundo da revista Cahiers du Cinema, foi integrante da Nouvelle Vage, mas diferia de seus pares, principalmente de Godart por que se seu cinema rompia com o academicismo então em voga na França, não o fazia através da radicalidade da montagem e das experimentações formais e sim pelo uso “abusivo”do diálogo, que traz uma ligação poderosa e fecunda com a literatura. Os quatro filmes pertencem a uma série dos anos 1990 dedicada às estações do ano. O primeiro a ser exibido foi “Conto de Primavera” e esta semana passa o “Conto de Outono”,seguido, um por semana, por Conto de Inverno e “Conto da Primavera”.
Em Conto de Outono, vemos uma série de relacionamentos amorosos se entrelaçando, mas tendo como ponto central Magali, viúva e vinicultora para quem todos teimam em arrumar um par. É sintomaticamente num casamento que tudo chega ao ápice, com dois homens apresentados a ela.Os Contos das Quatro Estações são comédias que tratam de escolhas e suas conseqüências e do compromisso das pessoas consigo mesmas. E é através do falar que se constrói o filme, uma vez que neles isso equivale a uma sessão de psicanálise, onde através do jorro de palavras, os personagens aos poucos se descortinam. Ou seja, muito frequentemente aquilo que eles dizem não corresponde àquilo em que acreditam ou que pretendem fazer. O desejo também tem papel preponderante, uma vez, ainda que surgido do acaso, desarranja as coisas mais certas .
Comum a todos seus filmes era o fato de evitar a todo custo o uso da música incidental (aquela que reforça o sentimento da cena) e os movimentos complexos de câmera, porque Rohmer acreditava sobretudo que a poesia reside não no modo de filmar, mas naquilo que se filma.
O projeto Cineclube do HSBC Belas Artes exibe desde 1 de janeiro um precioso ciclo de quatro filmes dedicados ao cineasta francês Eric Rohmer. Oriundo da revista Cahiers du Cinema, foi integrante da Nouvelle Vage, mas diferia de seus pares, principalmente de Godart por que se seu cinema rompia com o academicismo então em voga na França, não o fazia através da radicalidade da montagem e das experimentações formais e sim pelo uso “abusivo”do diálogo, que traz uma ligação poderosa e fecunda com a literatura. Os quatro filmes pertencem a uma série dos anos 1990 dedicada às estações do ano. O primeiro a ser exibido foi “Conto de Primavera” e esta semana passa o “Conto de Outono”,seguido, um por semana, por Conto de Inverno e “Conto da Primavera”.
Em Conto de Outono, vemos uma série de relacionamentos amorosos se entrelaçando, mas tendo como ponto central Magali, viúva e vinicultora para quem todos teimam em arrumar um par. É sintomaticamente num casamento que tudo chega ao ápice, com dois homens apresentados a ela.Os Contos das Quatro Estações são comédias que tratam de escolhas e suas conseqüências e do compromisso das pessoas consigo mesmas. E é através do falar que se constrói o filme, uma vez que neles isso equivale a uma sessão de psicanálise, onde através do jorro de palavras, os personagens aos poucos se descortinam. Ou seja, muito frequentemente aquilo que eles dizem não corresponde àquilo em que acreditam ou que pretendem fazer. O desejo também tem papel preponderante, uma vez, ainda que surgido do acaso, desarranja as coisas mais certas .
Comum a todos seus filmes era o fato de evitar a todo custo o uso da música incidental (aquela que reforça o sentimento da cena) e os movimentos complexos de câmera, porque Rohmer acreditava sobretudo que a poesia reside não no modo de filmar, mas naquilo que se filma.
O Projeto Cineclube do HSBC Belas Artes exibe esta semana Conto de Outono na Sala Carmem Miranda (97 lugares) ás 19h20 (os filmes do cineclube são sempre exibidos entre 19h e 19h30). Informações pelo tel. 3258-4092 ou em http://www2.hsbc.com.br/hs/quem_somos/cultural/hsbc_belas_artes.shtml?WT.mc_id=HBBR_Dominos049.
O HSBC Belas Artes fica na rua da Consolação, 2423.
Um comentário:
sensacional
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