segunda-feira, 18 de maio de 2009


Foi numa leitura feita por Marçal Aquino quase um ano atrás que conheci a prosa poderosa de João Antônio, com seu universo de biscateiros, malandros e encrenqueiros. É verdade que o uso ostensivo da gíria criou uma barreira entre o texto produzido na virada da década de 1950 para 60 mas os bares, as partidas brigadas de sinuca, a malandragem que nada tem daquela imagem de instituição carioca, os operários da Vila Alpina, Brás, Lapa, tudo isso continua absurdamente vivo, pulsante.
Vaguear por sebos, ‘flanar’por entre os livros é um luxo a que hoje poucos se dão o prazer. Mas foi olhando despreocupadamente, sem procurar por nada específico que reencontrei João Antônio ao custo irrisório de R$6,00 e vinte minutos.
!!!
Trecho :
"Onde andariam os trouxas, os coiós sem sorte, que o salão não tinha jogo? Por que era assim,assim, sempre? Uma oportunidade não vinha,demorava, chateava, aborrecia. Os castigos vinham depressinha,não demorava não,arrasavam,vinham montados a cavalo. E os trouxas? Noivando ou namorando, por aí, nas esquinas,nos cinemas. Ou dando dinheiro a mulher, que é o que sabiam fazer. Os tontos. E quando apareciam,gordos de dinheiro, ,otários oferecidos, era fora de hora e era sempre outro malandro quem os abocanhava."

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