Esses três quadrinhos dariam um tratado. Toda a arrogância dos bem nascidos (e da classe média, que neles se espelha) exposta num jato de vômito que à iguala a seu discurso cheio de preconceito e discriminação. Os que pedem por pena de morte são os que agam para escapar aos seus delitos. Aos olhos da lei (e de Angeli), estão todos imundos. Isso me lembra do programa de matinal de TV(não me reordo o nome) com José Luís Datena e Patrícia Maldonado. Datena, promotor, juíz, juri e (sobretudo)carrasco batia o martelo sobre o "caso Adriano" e o "mau exemplo" que este dava às crianças ao parar de jogar bola e entregar-se ao vício(dedução dele, Datena, o onisciente). Patrícia Maldonado, que há bem pouco tempo apresentava um programa onde tentava unir o amor de dois pré-adolescentes, foi taxativa ao comparar Adriano a Kaká: "mas ele é de berço" , "esses moços (vindos da favela, entenda-se) não têm preparo, não sabem administrar seu dinheiro". Certo, brancos classe média tem por caractarístia de sua casta o dom de bem gerir empresas e fortunas e não entregar-se a vícios de espécie alguma.
Sensatez veio só mesmo do "maloqueiro" Ronaldo, que, em defesa do colega, notou como o mundo está cheio de "santos que nunca erram". Essa gente que, com perdão da expressão, não fuma não bebe e não fode é que Angeli retratou tão bem.
Alguém precisava fazer isso.
Publicada pela Folha de São Paulo em 15 de Abril
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