terça-feira, 29 de julho de 2008

O "EXCESSO" DE ELEMENTOS EM "O GRITO DO POVO"


Outra cena de página inteira, desta vez de O Grito do Povo (Conrad) de Pierre Vautin e Jacques Tardi. Aqui o registro é bem diverso do de Will Eisner; ao contrário da supressão de elementos deste, Tardi carrega as cenas de sua HQ de modo a deixar pouco espaço livre. Os quadrinhos também são maiores que os habituais e o formato é retangular (apelidado de "widescreen" em referência à tela de cinema). A razão para o "exagero", tanto de elementos quanto de tamanho, é o fato da graphic novel, ao contar a história da Comuna de Paris, nos falar mais através da cidade, suas ruas e edifícios do que pelas histórias trágicas das pessoas tragadas pelo turbilhão de violência que foi a revolta do povo parisiense contra Luís Bonaparte. A opulência dos belos edifícios ganha ares despóticos mas nem por isso deixamos de lamentar sua destruição.

2 comentários:

Unknown disse...

ecos da marselhesa resumidamente falando. O impacto da Revolução Francesa é tamanho, que cria-se uma cultura de um povo - que manobrado ou nao por elites ; nao se furta a sair as ruas e conseguir as coisas nem que seja na base da porrada. ¨1968 ta ai pra confirmar a tese, os incidentes dos imigrantes.... realmente a França é um estado moderno calcado em sangue e vísceras

IncrivelT disse...
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