Em “FilmeFobia”, de Kiko Goifman, exibido pelo Canal Brasil anteontem e que terá reprise neste sábado às 23h, o crítico Jean-Claude Bernadet é perguntado se um fóbico falso(um ator) poderia produzir uma fobia verdadeira ao que ele responde “claro, a verdade está na imagem”. A pergunta pode parecer tola, afinal é disso (a verossimilhança) que vive o cinema desde D.W. Griffith no início do século 20.
No entanto FilmeFobia é daquela espécie inclassificável de documentário a que pertence também "Jogo de Cena" de Eduardo Coutinho. Cada um à sua maneira testam os limites do documentário – aquela idéia de que é possível “documentar” a realidade, entender um fenômeno e expô-lo ao público de maneira mais ou menos didática. Nesse sentido ele seria o oposto de ficção, por lidar diretamente com a realidade(ou reconstituí-la – ou algo assim- como fazem os History Channel da vida). Ora, tanto em FilmeFobia quanto em Xxxx (mas mais neste último) a referência é o real, com convém ao documentário, é dele que se parte para pensar em que consiste (ou se existe) essa fronteira que o separa do ficcional. No filme de Goifman(que na verdade tem Bernadet como mentor) pessoas com fobias são expostas a seus maiores temores. Ainda que existam especialistas explicando as possíveis origens das fobias (e as diferenças entre os termos fobia, medo e angústia) o foco está na imagem produzida, tanto é que Bernadet chama de “fracasso” um sujeito que, com medo de palhaços, apesar de traumatizado com a experiência, não tenha externado nada diante da câmera. A imagem, naquele caso, não tinha “verdade”, era vazia, estéril.
Falei deste filme como mero pretexto para retornar à discussão da imagem telejornalística. O jornalismo lida com fatos, por isso a câmera está lá para documentar o fato, para “provar” que aquilo existiu. Pois bem, ela pode até atestar a realidade(e isso é tema para outra postagem), mas quanto existe de verdade nela ? Quem quiser retorne ao que escrevi sobre a cobertura dos canais de TV sobre as tragédias causadas pela chuva e tire sua própria conclusão. Mas antes, se possível, assista a FilmeFobia.
No entanto FilmeFobia é daquela espécie inclassificável de documentário a que pertence também "Jogo de Cena" de Eduardo Coutinho. Cada um à sua maneira testam os limites do documentário – aquela idéia de que é possível “documentar” a realidade, entender um fenômeno e expô-lo ao público de maneira mais ou menos didática. Nesse sentido ele seria o oposto de ficção, por lidar diretamente com a realidade(ou reconstituí-la – ou algo assim- como fazem os History Channel da vida). Ora, tanto em FilmeFobia quanto em Xxxx (mas mais neste último) a referência é o real, com convém ao documentário, é dele que se parte para pensar em que consiste (ou se existe) essa fronteira que o separa do ficcional. No filme de Goifman(que na verdade tem Bernadet como mentor) pessoas com fobias são expostas a seus maiores temores. Ainda que existam especialistas explicando as possíveis origens das fobias (e as diferenças entre os termos fobia, medo e angústia) o foco está na imagem produzida, tanto é que Bernadet chama de “fracasso” um sujeito que, com medo de palhaços, apesar de traumatizado com a experiência, não tenha externado nada diante da câmera. A imagem, naquele caso, não tinha “verdade”, era vazia, estéril.
Falei deste filme como mero pretexto para retornar à discussão da imagem telejornalística. O jornalismo lida com fatos, por isso a câmera está lá para documentar o fato, para “provar” que aquilo existiu. Pois bem, ela pode até atestar a realidade(e isso é tema para outra postagem), mas quanto existe de verdade nela ? Quem quiser retorne ao que escrevi sobre a cobertura dos canais de TV sobre as tragédias causadas pela chuva e tire sua própria conclusão. Mas antes, se possível, assista a FilmeFobia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário