Will Eisner é famoso por desenhar cenas de chuva como ninguém. Como já ressaltei ao tratar da peça Avenida Dropsie, este é o grande momento de suas HQs e está muito além da banalidade corrente na Tv ou no cinema, quando a chuva vem quase sempre endossar a tristeza de um personagem ou ainda adicionar alguma dificuldade à provação por que passa.
Eisner é um poeta nestes momentos.
Em O Edifício (Abril Jovem) Monroe Mensh fracassa ao se esquivar de uma bala num assalto vê uma criança ser atingida e morta. Desprezando a si mesmo, abandona o emprego e vai trabalhar de graça num orfanato. A caminhada para fora da loja onde era o principal vendedor rumo ao futuro incerto é feita debaixo de um temporal. Em Pequenos Milagres, Melba encontra nas ruas do cortiço um adolescente que age de maneira estranha e não sabe falar. É abraçada a ele que ela corre debaixo de chuva para casa, onde irá esconder o garoto e ensinar-lhe a ler, escrever e falar . Há exultação, ao contrário da resignação de Mensh, pois ficará nas entrelinhas uma atração sexual desta mulher madura e solteira que ao final da história, ‘fica para tia”trabalhando numa livraria. Em Contrato com Deus (imagem acima), a chuva cai pesadamente no dia em que o judeu praticante Frimme Hersh enterra sua pequena filha. Mais do que tristeza, a chuva é o cenário de uma batalha deflagrada assim que Hersh entra em casa e grita furioso contra Deus.
Seria tolo buscar um significado único que pudesse explicar todas essas cenas. É o grande Mistério da Vida, só acessível pela linguagem poética.
Eisner é um poeta nestes momentos.
Em O Edifício (Abril Jovem) Monroe Mensh fracassa ao se esquivar de uma bala num assalto vê uma criança ser atingida e morta. Desprezando a si mesmo, abandona o emprego e vai trabalhar de graça num orfanato. A caminhada para fora da loja onde era o principal vendedor rumo ao futuro incerto é feita debaixo de um temporal. Em Pequenos Milagres, Melba encontra nas ruas do cortiço um adolescente que age de maneira estranha e não sabe falar. É abraçada a ele que ela corre debaixo de chuva para casa, onde irá esconder o garoto e ensinar-lhe a ler, escrever e falar . Há exultação, ao contrário da resignação de Mensh, pois ficará nas entrelinhas uma atração sexual desta mulher madura e solteira que ao final da história, ‘fica para tia”trabalhando numa livraria. Em Contrato com Deus (imagem acima), a chuva cai pesadamente no dia em que o judeu praticante Frimme Hersh enterra sua pequena filha. Mais do que tristeza, a chuva é o cenário de uma batalha deflagrada assim que Hersh entra em casa e grita furioso contra Deus.
Seria tolo buscar um significado único que pudesse explicar todas essas cenas. É o grande Mistério da Vida, só acessível pela linguagem poética.
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