No último dos Pop10, o leitor Daniel Luppi lista dez músicas que para ele melhor representam a cidade de São Paulo. Claro que a lista foi pensada uma semana atrás, mas a atualização extremamente atabalhoada deste blog bagunçou as coisas. Vale ressaltar que esta é uma versão enxugada da original, que vocês podem conferir no blog dele http://www.balaiobaio.blogspot.com/ e conferir também clipes de algumas das músias listadas.
1. “SÃO SÃO PAULO, MEU AMOR”, de Tom Zé (1968). Começando com polêmica. Sendo uma lista pessoal, reservo-me o direito de colocar esta música, vencedora do Festival da Record de 1968 na cabeça da lista, até para fugir um pouco das obviedades (que virão a seguir). Tom Zé é genial, gostos a parte e é inegável o quanto a letra de “São São Paulo” é representativa dessa metrópole: “São oito milhões de habitantes [em 68]/ Aglomerada solidão/ Por mil chaminés e carros/ Caseados à prestação /Porém com todo defeito/ Te carrego no meu peito /São, São Paulo/ Meu amor.”
2. “SAMPA”, de Caetano Veloso (1978). Dispensa maiores comentários. Óbvia, mas imprescindível em qualquer lista do gênero. Ok, é mais representativa que a de Tom Zé. E também mais bela, mas lá eu apenas quis fugir das obviedades.
3. “TREM DAS ONZE”, de Adoniran Barbosa (1965). Outra escolha evidente. Adoniran e Demônios da Garoa. Uma das mais bem sucedidas parcerias na música brasileira, tornou conhecidos por todo o país o bairros Bixiga. Se não me engano, essa música até já ganhou um “concurso”, patrocinado por uma rede de televisão, como sendo a “cara de São Paulo”. Nesse sentido, acho que “Sampa”, é mais completa. Mas nem por isso dá para ignorar a força que tem “Trem das Onze”.
1. “SÃO SÃO PAULO, MEU AMOR”, de Tom Zé (1968). Começando com polêmica. Sendo uma lista pessoal, reservo-me o direito de colocar esta música, vencedora do Festival da Record de 1968 na cabeça da lista, até para fugir um pouco das obviedades (que virão a seguir). Tom Zé é genial, gostos a parte e é inegável o quanto a letra de “São São Paulo” é representativa dessa metrópole: “São oito milhões de habitantes [em 68]/ Aglomerada solidão/ Por mil chaminés e carros/ Caseados à prestação /Porém com todo defeito/ Te carrego no meu peito /São, São Paulo/ Meu amor.”
2. “SAMPA”, de Caetano Veloso (1978). Dispensa maiores comentários. Óbvia, mas imprescindível em qualquer lista do gênero. Ok, é mais representativa que a de Tom Zé. E também mais bela, mas lá eu apenas quis fugir das obviedades.
3. “TREM DAS ONZE”, de Adoniran Barbosa (1965). Outra escolha evidente. Adoniran e Demônios da Garoa. Uma das mais bem sucedidas parcerias na música brasileira, tornou conhecidos por todo o país o bairros Bixiga. Se não me engano, essa música até já ganhou um “concurso”, patrocinado por uma rede de televisão, como sendo a “cara de São Paulo”. Nesse sentido, acho que “Sampa”, é mais completa. Mas nem por isso dá para ignorar a força que tem “Trem das Onze”.
4. “SÃO PAULO, SÃO PAULO”, de Oswaldo, Biafra, Claus, Marcelo e Wandy Doratiotto (Premeditanto o Breque) (1984). Grande Premê!! Grande Vanguarda Paulistana!!!! A divertida música, em alusão a “New York, New York”, retrata muito bem a maior cidade da América do Sul, terra de “japonesas louras”, de “nordestinas mouras”, de “gatinhas punks” e do “jeito yankee”. Cidade onde o “clima engana” e a “vida é grana”, mas sem esquecer que, “na periferia, a fábrica escurece o dia”. Por fim, em ritmo de CPTM, uma pequena listagem de bairros paulistanos. Uma feliz composição do Premê, sem dúvida.
5. “RONDA”, de Paulo Vanzolini (1945). O samba-canção, verdadeiro canto de amor homicida que retrata a mulher em busca de seu amante, de bar em bar, provavelmente é a canção mais conhecida (e cantada) entre os boêmios paulistanos das décadas passadas. A data citada é a da criação pelo zoólogo compositor. Gravação mesmo só pintou em 1953, meio que por acaso, quando Inezita Barroso gravou seu primeiro disco e precisava de outra canção pra compor o lado B do compacto. Vanzolini estava acompanhando Inezita ao estúdio e, somente por isso, “Ronda” constou do mesmo disco em que a rainha caipira despontou com “Moda da Pinga”. Mas sucesso mesmo só apareceu em 1967, quando interpretada pela cantora Cláudia Morena e, em 1977, o estouro na voz de Márcia. Bethânia a regravou no ano seguinte, mesmo ano em que seu irmão Caetano se utilizava da melodia final de Vanzolini para arrematar “Sampa”. (bibliografia: “A Canção no Tempo, Vol. 2”, de Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello, Ed. 34, 5ª Ed., 2006, pp. 115/116)
6. “ESBOÇO”, de Luiz Tatit (2000), e a Vanguarda Paulistana. Aqui farei menção não a uma única música, mas a todo um movimento. Luiz Tatit é compositor egresso do movimento da Vanguarda Paulistana, cabeça do Grupo Rumo e um dos principais nomes do movimento, que incluiu também o já citado Premê. Além de tipicamente paulistano, Luiz Tatit nos brinda nessa deliciosa canção com uma colagem de bairros e algumas de suas características, de forma sucinta: “E ele passeia, passeia/Passeia como se fosse um turista/E cumprimenta todo mundo/Que freqüenta a Bela Vista/E mesmo que ele esteja sem dinheiro/Dá uma passadinha nos botecos de Pinheiros/Chega com uma cara que dá pena/Mas é gente muito boa/Lá da Vila Madalena/Sempre sobra um copo de cerveja/Fica tão contente/Mas não quer que ninguém veja/Então procura o centro da cidade/Na Liberdade/Lá ele aparece algumas vezes/Lá os seus amigos são chineses/Canta umas canções em pot-pourri/E o pessoal morre de rir"
7. “UM LUGAR DO CARALHO”, de Júpiter Maçã (1997). Outro forasteiro da lista. E provavelmente outro ponto de discórdia entre os eventuais leitores dessa lista. Mas em minha humilde opinião, a música é perfeita para se ouvir em alto e bom som no carro, a caminho das baladas de sampa. Rock gaúcho do bom, com letra no mínimo interessante: “Sozinho pelas ruas de São Paulo/ eu quero achar alguém pra mim/ um alguém tipo assim:/ Que goste de beber e falar/Lsd queira tomar e curta/Syd Barrett e os Beatles/Um lugar e um alguém/Que tornarão-me mais feliz/Um lugar onde as pessoas/Sejam loucas/E super chapadas/Um Lugar do Caralho!/Um Lugar do Caralho!”
Esta cidade acolhedora tem vários lugares que fazem jus ao título, ainda que com outras descrições e outras tribos, principalmente os lugares ainda não descobertos pelos modismos.
8. “EH! SÃO PAULO”, de Murilo Alvarenga (1934). Mais um compositor de outro Estado fazendo sua homenagem a Sampa. Aqui, Alvarenga, da dupla caipira-mineira Alvarenga e Ranchinho, que eternizou a cidade da garoa: “Eh! São Paulo/ Eh São Paulo/ São Paulo da garoa, / São Paulo que terra boa!/São Paulo da noite fria/Ao cair da madrugada/Das campinas verdejantes/cobertas pela geada/São Paulo do céu anil/Da noite enluarada/Da linda manhã de Sol/No raiar da madrugada”. Como se vê, muita coisa mudou da década de trinta pra cá. Campinas verdejantes, hoje, apenas no interior. Céu anil?!?!? Nem digo nada! Mas vale o registro de que há muito tempo essa cidade é amada e cantada.
9. MUTANTES. Qualquer uma dos Mutantes. É Rock Zona Oeste, Bicho!!! É Pompéia, meu!!! Pelo menos até onde sei, foi desse bairro que saíram os irmãos Sérgio Dias e Arnaldo Batista. Queria inserir o grupo aqui, mas não pensei em uma música específica. Talvez porque o som transcenda as fronteiras da cidade. Não é apenas de São Paulo, com certeza.
10. KARNAK. Qualquer uma do Karnak. Acho que eu jamais teria conhecido essa banda de loucos, excelentes músicos capitaneados pelo genial André Abujamra, se eu não tivesse vindo pra cá no já longínquo ano de 1997 (como também não teria conhecido Funk Como Le Gusta e a ótima cena musical de São Paulo). Banda com som tipicamente paulistano, mistura de sons e sotaques! E “Juvenar”, de André Abujamra e Carneiro Sândalo, é um bom retrato do stress que vez ou outra aflora nos paulistanos, presos no trânsito ou respirando o ar poluído da cidade, que não demoram pra praguejar e desejar fugir pro campo: “Tá frio aqui/Tá muito poluído/Eu tô triste eu tô aborrecido/Ta feio aqui/Ta muita poluição/Tá fedido/ Fumaça de Caminhão"
É. Nem tudo são flores mesmo. Mas aqui volto à primeira música da lista: “Porém com tanto defeito, te carrego no meu peito, São São Paulo, meu amor!”.
"pseudo-crítico, leitor do Bar1211!, ex-aluno do curso de 'historia e linguagem do cinema' ministrado pelo crítico Inácio Araújo, cinéfilo, amante de todos os sons, Daniel Luppi é graduado em Direito, ganha a vida como Assistente Jurídico do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e escreve cada vez menos no blog 'Balaio Baio' ".
5 comentários:
Taí! Nunca me dei conta que "Lugar do Caralho" é uma puta homenagem pra SP. Ótima escolha...
Valeu pela postagem, Adilson.
Inserirei a lista completa em breve no Balaio (acho que até amanhã), com os vídeos respectivos!
Como já escrevi em outro comentário, ao ler as listas e indicações de vcs me limito a tomar nota e buscar o desconhecido.
Fui ler a letra toda da música Esboço de Luiz Tatit. Muuuito bacana! Pena q não consegui um link para ouvir. Se não for pedir demais, quando vcs tiverem um link fácil podem indicar para facilitar. Estou pedindo muito? Mas vou continuar buscando. Daniel, passei no seu blog para, mais uma vez, assistir o sensacional Tom Zé no festival. Parabéns pelo seu blog e pela lista.
Abraços
Olha, não sei se é de fato uma homenagem do Júpiter a São Paulo, mas "Lugar do Caralho" me remete diretamente a esta cidade.
Olga, valeu peça força. Em breve (já em atraso), a lista acabada, revisada, na íntegra e com vídeos, no Balaio...
Por ora, remeti "Esboço" para o balconista deste Bar!
sei que vai me matar, mas eu incluiria a, toda clichê LA VOU EU da Rita Lee. Pois é, sou brega mesmo, mas esta música, junto da artista, traz bastante desse lugar onde as luzes da cidade não chegam nas estrelas sem antes me buscar...
Agora, trazer Itamar Assumpção foi justíssimo. O Nego Dito, claro! Vale a pena conferir Itamar Assumpção acompanhado das bandas Isca de Polícia e Orquídeas do Brasil. Bebeléu e Bicho de 7 Cabeças, quem quiser pode baixar no emule (e nem vem, pirataria não é crime, é no mínimo acessibilidade e economia).
Gostei dessa lista, boa idéia!
Desculpe Adilson, não consegui montar a minha.
Bjo Olga!!
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