Em tempos de excesso de informação e imagens e escassez de tempo, quando se busca fazer tudo ao mesmo tempo (ver tv, falar ao celular, navegar na internet- o iphone chega ainda este ano !) visitar a exposição Bossa na Oca parece ser um ato da mais absoluta transgressão. Viver o “menos é mais” do som criado por João Gilberto no final dos anos cinquenta e que foi emblema das modernizações dos tempos JK é ir na contramão da vida contemporânea;é preciso, sobretudo, “perder tempo” percorrendo os três andares da exposição, gastá-lo deitado em confortáveis estofados espalhados pelo chão vendo documentários, ou recostado num sofá ouvindo Tom Jobim e assistindo imagens que são projetadas no teto e nos mostram praias desertas, ondas que se chocam com as rochas, e mar, muito mar.
É preciso esquecer de tudo para melhor “sentir”a música, seja tocando a areia da praia, seja contemplando o calçadão de Ipanema (reconstruído especialmente para a exposição).
Contra as neuroses dos zapping e da conhecida sensação de que “o tempo passa cada vez mais rápido”, um convite à lentidão, contra o excesso de informações, o silêncio absoluto da câmara anecóica (sem eco).
A exposição fica até o dia 07 de setembro na Oca, Parque do Ibirapuera. O horário de funcionamento é das 10 às 21h e o ingresso inteiro custa R$ 20,00, e às terças é grátis. Informações pelo telefone: 4003-2050
Um comentário:
otimo texto, pena que eu ando tao corrido que nao posso nem pensar em ir nessa exposição , mas ainda bem que temos mp3 pra quebrar um galho
Postar um comentário