quarta-feira, 23 de março de 2011

NOVELA NÃO PRECISA SER BURRA


Quem acompanha este blog sabe que eu vivo resmungando contra as novelas. Pois bem, ontem paguei a  lingua ao assistir a algumas cenas do primeiro capítulo de Morde e Assopra.

Tem um núcleo de paleontologistas, do qual fazem parte Adriana Esteves(com visual meio Indiana Jones) e Bárbara Paz.
Adriana encontra um dinossauro numa fazenda ou sítio cujo dono é interpretado por Marcos  Pasquim o qual, já sabemos de antemão, formará par româtico com ela assim que superarem os tradicionais obstáculos que as  novelas impoem ao amor perfeito. Enfim, isso é o que menos importa. 
As  cenas que assiti  eram extremamente bem filmadas. O núcleo dos cientistas é  algo cômico (nesse sentido Bárbara Paz não estava ruim,  mas pareceu passar do ponto, fez um tipo com trejeitos demais, que destoava dos outros e mesmo dela própria outras cenas dela). Adriana Estevez foi perseguida por duas crianças que  a assustavam com um boi, na tentativa de botáa-la pra correr da fazenda. Ela tropeça e cai de cara num monte de esterco. Em primeiro plano vemos a cara dela toda suja e, bem ao fundo, desfocadas , as crianças com as mãos na cabeça certamente arrependidas. Cena visualmente bem construído e também muito engraçada.

Depois  vemos o grupo entrer num hotel de  luxo. Eles param na  porta, conversam um pouco e a câmmera faz um traveling acompanhando-os da escadaria até a  porrta. Lá, ela para e  nós vammos  aquele  salão ennorme, luxuoso e já antevemos a comédia que virá: aquela  gente emporcalhada tentando encontrar um quarto e recebendo olhares enviesados.
Há um outro núcleo, se bem entendi, ligado a inteligência artificial,robõs que parecem humanos (explico: assisti a novela sem som o que ressalta ainda mais a qualidade das imagens que falavam por si).

A novela em si traz um antogonismo interessante, que começa no título e se extende aos núcleos e opõe o mais ancestral (o dinossauro) ao mais adiante(os robôs), aquilo que é morto mas já teve vida(dinossauro) àquilo que está "morto" mas parece vivo(robô).

Enfim, esse texto bagunçado é só pra mostar que quando se dirige elogios a um filme e se ressalta esta ou aquela  qualidade ,muita gente torce o nariz, dizendo que é chatisse, que se deve levar como entretenimento e  pronto, mas não  é bem assim. Ser divertido não exclui um pensamento por detrás daquilo que se faz.
Morde e Assopra, pelo menos no primeiro capítulo, mostrou que não é  um amontoado de imagens vazias com muitos filmes que vemos por aí.

PS. Retorno ainda esta  semana com um breve complemento  ao texto sobre Rococó .Semana que vem, o  anúncio da próxima sessão do Cineclube Gambalaia.

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