A esta altura qualquer um, mesmo que não seja fã de reality shows ou não tenha visto um dia sequer de A Fazenda, na Rede Record, sabe que de lá saiu consagrado(embora perdedor) Carlinhos, humorista que interpretava o personagem Mendigo no programa Pânico na TV, antes de ser contratado pela emissora de Edir Macedo.
Programa após programa exploraram seu passado de menino de rua, os anos longe da família e a volta por cima em sua nova profissão. Até um encontro ao vivo com a mãe (negligente e violenta )que ele não via há anos foi providenciado, bem como imagens do pai (ironicamente mendigando). Este só não apareceu também porque fora levado pelo veículo de uma outra emissora, também faminta por um naco de audiência que a tragédia pessoal do humorista podia render. Do Hoje em Dia, pendurado uma passarela suspensa a 45 metros de altura, ao Geraldo Brasil, onde sua popularidade elevava os números da audiência, Carlinhos protagonizou cenas do dramalhão mais rasgado. Geraldo Luis, que em outros tempos chegou a sacudir uma boneca através de uma tela rasgada para ilustrar o assassinato da menina Isabella Nardoni e a enviar seus repórteres para encontrar casas assombradas, extra terrestres no interior de São Paulo ou animais falantes, agora agradecia o décimo abraço dado por dona Maria de Lurdes do Nascimento, no filho Carlinhos com um possante “obrigado meu Deus!”.
Bom, isso tudo é uma novela já vista inúmeras vezes, em diferentes circunstâncias, apenas com diferentes protagonistas. Só que agora o alvo não é bobo (como Carlinhos se referira ao paspalho Dado Dollabela, ainda dentro do reality), ele questiona um programa em que pessoas se expõem por dinheiro, em que fazem caras e bocas a fim de enganar o público, em que imagens são editadas e apresentadas como “realidade”. Mas, mais do que isso, ele se recusa a ceder ao sentimentalismo de novela mexicana e afirma que não quer vínculo nem convivência com os pais. Fica a pergunta: será isso suficiente para manter sua integridade(no sentido de se manter inteiro mesmo) quando se está até na capa da Contigo? Programas como este e revistas desse tipo viver de criar personagens, de simplificações, de mostrar a realidade em termos quase infantis como bom, mau, chato ou legal.Ou seja, transforma a vida em um enredo de novela. Carlinhos agora é o rapaz sofrido que deu a volta por cima, o moço de bom coração que não cedeu à drogas ou ao crime, aquele que fia com a mocinha no final.
O que será dele, criador de personagens, agora que sua vida foi mexida, remexida e reinterpretada pelos TV Fama Brasil afora e ,ele mesmo, tornado personagem? O que será de seu humor, cujo mérito estava em expor ao ridículo essa máquina de moer carne humana que é a indústria das celebridades?
Programa após programa exploraram seu passado de menino de rua, os anos longe da família e a volta por cima em sua nova profissão. Até um encontro ao vivo com a mãe (negligente e violenta )que ele não via há anos foi providenciado, bem como imagens do pai (ironicamente mendigando). Este só não apareceu também porque fora levado pelo veículo de uma outra emissora, também faminta por um naco de audiência que a tragédia pessoal do humorista podia render. Do Hoje em Dia, pendurado uma passarela suspensa a 45 metros de altura, ao Geraldo Brasil, onde sua popularidade elevava os números da audiência, Carlinhos protagonizou cenas do dramalhão mais rasgado. Geraldo Luis, que em outros tempos chegou a sacudir uma boneca através de uma tela rasgada para ilustrar o assassinato da menina Isabella Nardoni e a enviar seus repórteres para encontrar casas assombradas, extra terrestres no interior de São Paulo ou animais falantes, agora agradecia o décimo abraço dado por dona Maria de Lurdes do Nascimento, no filho Carlinhos com um possante “obrigado meu Deus!”.
Bom, isso tudo é uma novela já vista inúmeras vezes, em diferentes circunstâncias, apenas com diferentes protagonistas. Só que agora o alvo não é bobo (como Carlinhos se referira ao paspalho Dado Dollabela, ainda dentro do reality), ele questiona um programa em que pessoas se expõem por dinheiro, em que fazem caras e bocas a fim de enganar o público, em que imagens são editadas e apresentadas como “realidade”. Mas, mais do que isso, ele se recusa a ceder ao sentimentalismo de novela mexicana e afirma que não quer vínculo nem convivência com os pais. Fica a pergunta: será isso suficiente para manter sua integridade(no sentido de se manter inteiro mesmo) quando se está até na capa da Contigo? Programas como este e revistas desse tipo viver de criar personagens, de simplificações, de mostrar a realidade em termos quase infantis como bom, mau, chato ou legal.Ou seja, transforma a vida em um enredo de novela. Carlinhos agora é o rapaz sofrido que deu a volta por cima, o moço de bom coração que não cedeu à drogas ou ao crime, aquele que fia com a mocinha no final.
O que será dele, criador de personagens, agora que sua vida foi mexida, remexida e reinterpretada pelos TV Fama Brasil afora e ,ele mesmo, tornado personagem? O que será de seu humor, cujo mérito estava em expor ao ridículo essa máquina de moer carne humana que é a indústria das celebridades?
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