segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

100 BALAS, VOL.7

Acaba de chegar às bancas o Vol.8 de 100 Balas. este texto,claro, trata do volume anterior, publicado em outubro do ano passado, mas cujas histórias prosseguem no volume atual.


Escrita. Boa.Pra. Caralho”. É desta maneira, enfática e praticamente impublicável, que o premiado roteirista americano Greg Rucka, autor de Whiteout e Gothan City contra o Crime,define, na introdução do sétimo volume da série 100 Balas, o trabalho da dupla Brian Azzarello e Eduardo Risso.Para Rucka, trata-se de literatura o que Azzarello e Risso fazem, dada a incapacidade dos rótulos e gêneros (pós-noir, policial, ação) darem conta de 100 Balas. É claro que é uma bobagem(são artes diferentes, ora bolas) mas dá pista da empolgação que toma o leitor, mesmo quando ele é um artista experimentado como o americano.

O que Greg Rucka diz de mais interessante é que o desenhista argentino Eduardo Risso é também autor da série, o que é quase inédito numa arte em que o desenhista é muitas vezes mero artesão das idéias do roteirista. E ele está certíssimo em afirmar isso.

O que são aqueles rostos, aqueles corpos e aquelas expressões? Ligue a Tv e você verá que nem dez por centos dos atores hoje em dia são capazes as nuances, da profundidade de alma que o traço de Risso é capaz de trazer à superfície do papel.

Seus cenários são pulsantes como eram os do cinema americano dos anos 1970. Personagens meramente coadjuvantes tem vida (no sentido mais amplo)e personalidade, não estão ali meramente para compor uma cena. Flagramos trivialidades o tempo todo que são insights , relances de vidas que nunca conheceremos .

Risso é , em si, um uma equipe inteira de cinema(direção, figurino, fotografia, direção de atores) tamanha a complexidade de seu trabalho, simples só na aparência. Mas ele é ainda mais.

Em dado momento, em um clube de jazz, a figura (estática,porque desenhada)de um saxofonista serve para separar os quadros,criar uma atmosfera e demonstrar a passagem do tempo. Isso demonstra o calibre de seu talento como quadrinista.

Sobre a arte de Azzarello em construir tramas e personagens é melhor não dizer nada aqui, afinal Rucka fala muito,e bem, em seu texto.

Pouco importa se a esta altura (que corresponde aos números 37 a 42 da série original) se você não sabe nada sobre os tais Minutemen ou o misterioso cartel ou o que fez o agente Graves. 100 Balas é quadrinhos em estado de glória e deve ser visto,lido e experimentado como a grande arte que é.


















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