- A vitória do Riode Janeiro como cidade sede das Olimpíadas de 2016 é reflexo direto da atual preponderância do Brasil no cenário político internacional. A escolha da sede dos jogos Olímpicos é um jogo de geopolítica. Basta lembrar que o último país a sediar uma olimpíada foi a China num momento em que solidificava sua hegemonia para além da Ásia. Ou da sequencia Moscou 1980/ Los Angeles 1984, nos estertores da Guerra Fria. A rápida desclassificação de Chicago com cidade-sede,vista por este ângulo, não tem nada de inesperada.
-A insistência do presidente Lula em trazer os jogos para o Brasil foi importante para demonstrar, entre outra coisas, que passou da hora de o Brasil ter um lugar no conselho de segurança da ONU e que o G8 é coisa do passado. O país dexiou de ser um devedor internacional e recebe indiações positivas agências internacionais de investimento. A desoberta do pré-sal só tende a solidifiar o país, que ingressará num grupo ainda mais seleto, o dos exportadores de petróleo.
- Mas nem tudo deve ser reditado a Lula. A estabilização econômica (om o fim da inflação) vem de FHC e a independência do país na produção de petróleo é obra de seguidos governos.
- É preciso evitar o oba-oba da imprensa(principalmente os grupos Globo, que deterá os direitos de transmissão, e Record, interessado em divulgar Londres2012, em que tem exclusividade ). O mínimo que se pode esperar é que os tubarões de sempre façam o que fazem de melhor e, a exemplo do PAN do Rio, os custos das obras acabem ficando muito acima do previsto,com negociatas mal explicadas e prejuízo para o Estado.
- Não se deve esperar para que o estímulo ao esporte seja o legado dos jogos. É preciso uma mudança de mentalidade desde já, a começar pelas escolas. “Educação Física” tem de deixar de ser aquela herança do regime ditatorial em que se privilegia a noção de disciplina ou, pior, sinônimo de uma bola na quadra e um professor ausente. Se continuar assim, quantos mais atletas deixaram de ser descobertos. Quantos garotos nunca saberão do potencial que eles mesmos tem? O esporte tem de ser apresentado às crianças e jovens como um futuro promissor, como uma perspectiva de vida. Logo, muitos deixarão de se seduzir pela “vida loka” da criminalidade, ou de achar que é melhor “viver pouco como um rei” do que “muito como um Zé”, que é o que promete o crime, gerando pessoas violentas e que não se preocupam com a perspectiva de morrer cedo muito menos de passar alguns anos numa cadeia insalubre e lotada.
- Os versos são dos melhores cronistas da vida urbana, os Racionais MCs que radiografam como ninguém este mundo desconhecido da alta classe média que toma as decisões estratégias nas prefeituras e no governo estadual. A integração cultura + esporte precisa ser apresentada como uma alternativa viável e real. Para isso, um contato direto dos alunos com atletas e artistas. Por falar nisso, porque tão poucas homenagens públicas a atletas vencedores?
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