segunda-feira, 20 de outubro de 2008

HULK, JÁ PRO DIVÃ !!!




Que dizer do mais recente filme da Marvel Entertainement, Hulk? Que, nos melhores momentos, é tão somente um passatempo divertido. E esse problema não se deve em nada ao fato dele ser adaptação de uma história em quadrinhos de super-heróis e sim ao filme não ter absolutamente nada a dizer.
Sem rodeios: não há história, só um jogo de gato e rato entre o Hulk e seu perseguidor ,o obcecado General Ross, pai da namorada do herói, Betty.No meio do caminho, um dos soldados de Ross exagera nas vitaminas e acaba se transformando no Abominável, um monstrengo maior e mais assutador que o próprio Hulk. E é a isso que esse filme se presta, a mostrar a briga dos dois gigantes. De resto, só um vazio barulhento.
Quem é esse exército que o persegue? O que ele representa? Nada. Quanto do drama de um pai que quer prender e destruir a todo custo o grande amor da vida de sua filha é aproveitado? Apesar da dimensão humana (pais e mães castradores, que buscam frustrar a vida pessoal de seus filhos a fim de mantê-los sempre dependentes e próximos são comuns) , absolutamente nada. E que uso o diretor Louis Letterier faz do drama do homem que tem de viver longe de todos os que ama por que põem em risco a vida deles por se transformar num mostro? Nenhum. E olha que levar isso para a vida real é bem fácil, basta buscar uma identificação com pessoas com certos tipos bem comuns de comportamentos anti-sociais e transtornos (obesssivos-compulsivos, neuróticos, esquizofrênicos) que os faz, nalguns momentos, “monstruosos” aos olhos de parentes e amigos.
Para ficar em outro exemplo da própria Marvel, Homem de Ferro é um filme cheio de ação mas que, logo em seu início enfia o dedo na ferida da política externa americana, mostrando que quem lucra com as guerras em países distantes como Iraque e Afeganistão são os milionários, fabricantes e vendedores de armas que se divertem com uísques caríssimo e belas modelos enquanto jovens são mortos nas trincheiras. Tony Stark, o herói, é um deles. Um filme de super-heróis não precisa ser vazio.
O Divã
O Hulk, um gigante descontrolado que surge quando o Dr. Banner fica irritado é, no fim das contas, um caso clínico, uma derivação simplificada do “Mr. Hyde” de “O Médico e o Monstro”, novela que Robert Louis Stevenson escreveu em 1866 (há até mesmo os dois Drs. como alter-egos dos monstros) . Mas se surgiu simplificada não quer dizer que tenha de permanecer assim para sempre.
Vale transcrever uma fala do Dr.Jeckyll, sobre sua transformação ( tradução é de Mario Fondelli): “Ao primeiro sopro desta nova vida, senti de ser malvado,vendido como um escravo à minha primitiva crueldade”. Já Vieri Razzini, no prefácio à edição da Newton Compton (1996) diz : “O ‘mal puro’que Hyde encarna emana da sua própria pessoa(...)Hyde personifica,e reflete nos outros,a maldade interior,sem que seu corpo mostre qualquer deformação”. A deformidade do corpo é cortesia de gravuras subseqüentes que ficaram no imaginário popular gerando versões de desenhos animados (Pernalonga e Pica Pau, entre tantos outros), filmes (A Liga Extraordinária e Van Helsing por exemplo) e o próprio Hulk.
Outra diferença fundamental entre os dois está na origem dos monstros: como de praxe nos quadrinhos de super-heróis, Dr.Banner“recebe” seus poderes de Hulk, que, no entanto, lhe são quase uma maldição, tamanhos os transtornos que lhe causam, através de uma experiência malsucedida, um acidente.Ele é uma vítima, portanto.
Já Dr.Jeckill fazia de tudo para “esconder meus prazeres...com um senso de vergonha quase mórbido” e por isso toma a poção para conseguir uma espécie de libertação da moral repressora de seu tempo.
Uma versão em quadrinhos feita para o selo Ultimate da Marvel (histórias paralelas à cronologia oficial da editora) é bastante ousada e interessante. Banner, um cientista com todo tipo de frustração, cria o “soro do Hulk” com a justificativa de ajudar o Capitão América, mas que na verdade busca dar a ele força superior e outra personalidade que lhe possibilitem a fuga de suas fragilidades (faz isso logo após levar um fora de Betty Ross). Se Hyde era uma reação violenta à repressão, este Hulk é uma busca desesperada de uma pessoa frágil por ser super (como seus colegas de equipe), exatamente a exigência que a sociedade faz a todos nós (falei a este respeito no texto sobre Nelson Rodrigues). O Hulk aqui é uma clara analogia para as drogas (ou à posse de uma arma!).
Com todas estas possibilidades, o filme de Louis Letterier preferiu ser um mero passatempo barulhento. Fazer o quê?

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As imagens (clique para ampliar)que reproduzi são da revista Marvel Millenium-Homem Aranha, publicada pela Panini em abril de 2003(com desenhos do espetacular Bryan Hitch) e republicada posteriormente em volume encadernado . O Hulk, nesta versão “Ultimate”(que no Brasil recebeu o nome de Millenium) é cinza, com era, aliás, nas primeiras histórias da década de 60, que podem ser conferidas no encadernado de luxo Enciclopédia Marvel- Hulk da mesma Panini . Problemas técnicos nas gráficas fizeram com que acabasse sendo impresso verde.
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"O Médico e o Monstro" , como Crime e Castigo, de Dostoiévski, é daqueles livrosque antecederam a psicanálise na compreensão de que existem motivações obscuras por detrás dos atos humanos e que, sobre elas, a razão tem pouco domínio .

terça-feira, 14 de outubro de 2008

COMO SERÃO OS FUTUROS SUPERVILÕES ?


Não tenho acompanhado quadrinhos de super heróis já há algum tempo, no entanto sei (pela revista Wizmania, da Panini) que a nova estratégia da Marvel Comics para atrair leitores é a de dizer que muitos de seus heróis são, já há muito tempo, Skrulls disfarçados e que os heróis verdadeiros estão desaparecidos ou raptados. Ninguém até agora sabe quem, entre os superpoderosos é humano ou um Skrull. Para quem não está entendendo nada, explico : os Skrulls não são nada mais do que uma raça de alienígenas transmorfos malvados. E alienígenas malvados, todos sabemos muito bem, são a metáfora perfeita que os norte-americanos encontraram para todos aqueles que eles temem, ou seja, os estrangeiros. A tal da ameaça externa, gente bárbara e gananciosa que querem destruir a terra da oportunidade e da democracia. Há inúmeros exemplos, principalmente no cinema dos anos 1950, auge da Guerra Fria que fazia dos aliens uma versão fantasiosa dos soviéticos.

Pois bem, agora os vilões não são mais meros invasores(como eram os klingons de Star Trek), são transmorfos, ou seja, aqueles que se fazem passar um de nós, como foram os terroristas do 11 de setembro. O clima de delação e desconfiança estimulado por Geroge W.Bush levou os norte-amerianos a demonizarem tanto quanto possível os imigrantes. O reflexo está aí, nos quadrinhos .

Interesante é imaginar de que forma a nova crise , desta vez financeira, irá afetar o imaginário dos americanos (e, em consequência, os quadrinhos e o cinema). É uma rise de confiança também afinal tudo iniciou com a concessão livre e desenpedida de crédito, mas desta vez ela recai sobre os próprios norte-americanos, afinal foram eles mesmos quem contraíram dívidas e não conseguiram pagar, gerando a bola de neve que arrastou bancos centenários para o buraco e, na esteira, o resto do mundo.
Aí fica a pergunta : Que forma terão os futuros vilões, quando tudo isso for assimilado pelos artistas? Como fazer de seu próprio povo um monstro, da mesma maneira que eles tão facilmente sempre fizeram com o resto do mundo?
Acho que os próximos apítulos serão os mais interessantes.


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A imagem foi extraída da wikipédia e é a capa de Fantastioc Four 2, de janeiro de 1962, desenhada por Jack Kirby, onde os Skrulls aparecem pela primeira vez. Essa história foi republicada pela Panini na série enadernada de luxo Encilopédia Marvel - Quarteto Fantástico.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Para quem assistiu ou pretende assistir Ensaio sobre a Cegueira, de Fernando Meirelles é praticamente obrigatório dar um pulo neste link:

http://www.revistacinetica.com.br/blindnessdebate.htm
A Revista Cinética reuniu nada menos do que 9 textos curtos escritos por seus redatores, cada um com uma opinião bem particular (e muitas vezes divergente das dos outros) sobre o filme.

BATMAN EM LIVROS DE ARTE? - UMA BELA DOR DE CABEÇA (parte2)


Para completar devidamente a postagem anterior, é preciso dizer que também existem livros da Taschen dedicados a cineastas como Antonioni, Kubrick e Truffaut e que também é possível analisar a construção das cenas estáticas no cinema, como se fossem pinturas. Este, aliás, foi o tema do curso “Afinidades Eletivas: Cinema e Pintura” ministrado pelos Profs.Dr.s Marcelo Augusto e Vera Bungarten entre os dias 03 e 13 de abril deste ano. Dito isto, é preciso ressaltar que se no caso dos quadrinhos a ligação com a pintura é ainda mais íntima (exatamente por causa dos desenhos) ,reproduzir uma página inteira de uma HQ equivale a reproduzir não uma única cena de um filme, mas toda uma sequência.
Desta maneira os limites ficam bastante embaralhados. De qualquer modo Neil Adams é um artista gráfico soberbo, que sabe dominar como poucos toda a expressividade dos traços sintéticos e do uso do nanquim. Em minha opinião, não pode haver violência maior do que colorizar seus desenhos.

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Para não ficar no “achismo”e lidar de maneira imprecisa com os termos, vale dizer que , segundo o Dicionário Teórico e Crítico de Cinema de Jaques Aumont e Michel Marie (Papirus Editora) seqüência é “um momento facilmente isolável da história contada por um filme:um sequenciamento de acontecimentos,em vários planos,cujo conjunto é fortemente unitário”que também “pode ser contida em um único plano(o que se chama,justamente,de um plano sequência)”.

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Faltou dizer também que as imagens foram extraídas da revista Batman - Almanaque Classic que a Opera Graphica lançou em 2001, acertadamente em preto e branco.

LINHA DE PASSE - O VERDADEIRO JOGO DA VIDA

Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas, tem uma virtude rara: não é preconceituoso. Sabemos bem que cinema é feito para uma elite que pode pagar R$ 15,00 para ver um filme. E, quase sempre quem escreve e dirige (para a TV, inclusive)pertence a um grupo ainda mais restrito, ou seja, de conta bancária beeem gorda. Então o que vemos com uma freqüência assustadora na representação audiovisual é a repetição das mesmas idéias pré concebidas. Repare num comercial de TV que se passa dentro de um ônibus e você verá que ninguém ali se parece realmente usuários de transporte público. Esse pessoal quase sempre retrata a si mesmo e, quando não o faz, nos mostra o que eles acham dos Outros, os “pobres”(o que quer que eles entendam por isso).
Linha de Passe é, então, uma exceção. Lá os protestantes não são nem desonestos nem fanáticos idiotas, como não são também os torcedores que vão a estádios de futebol (numa bela sequência,logo no início, vemos que a fé os une), o futebol não é um mundo mágico de encanto, mas sim o lugar onde se faz todo tipo de falcatruas, de forjar identidade falsa à vender vaga na equipe. Os tais “pobres” (qualquer pessoa que não more em áreas nobres de São Paulo ou na zona sul carioca) não são criaturas disfuncionais, grotescas (como na maioria dos filmes) nem ingênuos bondosos e quase cômicos(como em 100% das telenovelas).
E o ônibus não é um lugar onde criaturas esquecidas por Deus sofrem o pão que o diabo amassou de cada dia,mas uma metáfora de liberdade, movimento , que a grande idéia por trás do filme, “seguir em frente”. Bem diferente, vale notar do keep walking da propaganda de Whisky ou do caminhar dos vitoriosos economicamente da propaganda da Nextel. Em linha de passe o que temos é muito mais próximo do conselho tradicional em horas difíceis: bola pra frente.

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Linha de Passe, paradoxalmente, fica completamente fora do alcance das pessoas nele retratadas. Se o públio que pode pagar R$16,00 num ingresso de cinema de shopping Center, que dirá daquele que pode se deslocar à avenida paulista para ver o filme?
Mesmo com Sandra Corvelloni tendo recebido prêmio de melhor atriz em Cannes.

A VIDA NÃO É TÃO SIMPLES NO MUNDO DOS SOPRANOS


A partir de hoje às 21h o Warner Channel passa a exibir o seriado Família Soprano, cujas seis temporadas já passaram na HBO e estão disponíveis em DVD. Serão dois episódio seguidos, diariamente até o dia 10 quando a emissora passa a exibir a série aos domingos, também às 21h.
Família Soprano, quase todo mundo já sabe, foi, junto de Sex and the City, a responsável pela existência das chamadas “séries adultas”, que não economizam em violência, sexo e palavrões e trata da vida de Tony Soprano (James Gandolfini), um chefe mafioso que sofre de síndrome do pânico e tem de se confrontar com sua insuspeita fragilidade indo a uma psicanalista.
Mas é muito,muito mais do que isso. Família Soprano tem tramas e personagens complexos como raramente (estou sendo otimista) se vê no cinema, principalmente se o filme for produzido em Hollywood. Por tramas e personagens complexos entenda-se “incompletos”, que não se fecham em si mesmos, ou seja, nada lá é tão simples. Tony é um chefão violento, mas ao mesmo tempo (em não em contraposição) um pai amoroso, marido dedicado, mas também infiel. Por vezes arrepende-se de suas traições amorosas e das mortes que causa, por vezes não. E não nos é dito o tempo todo o porquê das coisas. Não veremos também, como seria o caso de um filme medíocre de gângster (e eles existem às pencas), uma oposição entre a família (mulher e filhos) e a famiglia mafiosa. Tudo se mescla, chega praticamente à unicidade. E é assim com todos os personagens, que podem ser a um só tempo justos e decentes , egoístas e mesquinhos. Não somos todos assim?
As tramas também fogem para bem longe da obviedade, ou seja, se algo de ruim acontecer com Dra.Melfi (Lorraine Bracco), não espere por ela pedir socorro a Tony, que, assim, agiria como agente vingador de nossos sentimentos de espectador, aquele que lava nossa alma e que nos faz exclamar “é isso aí”, heroificando-o através da catarse. A vida não é assim. E não espere também que, ao longo dos 86 episódios você vai conhecer os personagens tão bem a ponto de antecipar cada atitude deles. ninguém conhee uma pessoa tão a fundo assim.
É essa indefinição das coisas e pessoas, essa complexidade, que faz desta uma das melhores séries de TV já exibidas.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

BATMAN EM LIVROS DE ARTE? - UMA BELA DOR DE CABEÇA



Na sua coluna no site omelete
(http://www.omelete.com.br/conteudo_colunas.aspxid=100014953&secao=colunas) Érico Borgo , ao resenhar a HQ encadernada Batman por Neil Adams -vol.1, lançada este mês pela Panini fez duas afirmações bastante interessantes. A primeira foi :
“Na série, Adams começou a experimentar os limites da arte seqüencial. Aos poucos, foi deixando de lado o engessamento dos quadros e passou a explorar o dinamismo que o meio tornava possível”
Incontestável. Dá para ver isso na primeira figura, onde há um claro “desrespeito”para com os quadros e o próprio espaço entre eles passa a compor a cena, que ganha assim enorme expressividade.
A outra afirmação faz referência à uma das mais conceituadas editoras de livros de arte, a Taschen:
“Não fossem tais personagens propriedade da DC, creio que veríamos coleções da elegante Taschen dedicadas a criadores como Neal Adams”.

Analisar a questão é complexo, envolve um mergulho em teorias da arte, terreno em que existe pouquíssima unanimidade. Seria preciso estabelecer um critério para o que é arte e assim dizer se seu desenhos, desvinculados das histórias, teriam valor de “grande arte”(taí outro conceito espinhoso) a fim de figurar ao lado de catálogos de pintores como Michelangelo ou Matisse. Uma aproximação mais obvia e tentadora seria com a Pop Art. E,já que falamos da Taschen, vamos a ela, mais propriamente ao livro Pop Art, deTilman Osterworld:
“A trama estereotipada opõe uma retenção impessoal de criatividade. É assim que se manifesta claramente a contradição entre a emoção pessoal e a emoção anônima”.
Osterworld fala sobre toda a Pop, mas mais especificamente sobre Roy Lichteinstein, que reconstruía imagens extraída de histórias em quadrinhos em suas gravuras. O essencial na Pop é a impessoalidade (um conceito que nasce com Marcel Duchamp) expressa nas figuras da sociedade de massas, os quadrinhos, a publicidade e por aí vai. Não seria então sob o rótulo de Pop Art que os desenhos de Neil Adams, figurariam (fosse o caso) num livro da Taschen.
Isto tudo pode parecer bobagem, mas o caso é que os quadrinhos, entendidos Omo ate, precisam ser encarados não só como desenho, mas também como narrativa. Entendê-los só como desenho seria o equivalente a ver atributos artísticos no cinema somente através da figura estática (o fotograma), uma imagem pausada. No livro “A Estética do Filme”(Ed.Papirus), Michel Marrie fala que “a fim de provar que o cinema era de fato uma arte, era preciso dotá-lo de uma linguagem específica, diferente da linguagem da literatura e do teatro” a fim de mostrar todo o problema que envolve reconhecer uma “linguagem” ou uma “gramática” do cinema, que é um dos caminhos para reconhecer seu atributo artístico.
Portanto, se levarmos em conta só os desenhos de Neil Adams, teríamos de abandonar todo ritério para o qual os quadrinhos são reconhecidos (com boa dose de má vontade) Omo a Nona Arte.
Bom, tudo isso para retornar à pergunta: o trabalho de Adams cabe num livro da Taschen ou, é Arte por si só, livre da estética dos quadrinhos?
Não vou me aventurar a responder agora (antes, estudarei melhor o tema), mas se a editora lançasse um livro destes eu o compraria com certeza. A força da segunda figura fala por si só.

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“Existe, todavia, uma maneira radical de superar a heterogeneidade da linguagem crítica e da linguagem objeto de análise(o filme).Consiste na utilização do próprio filme como suporte de análise do cinema:o cinema didático não tem qualquer dificuldade em citar extratos de outros filmes,basta-lhe reproduzi-los,como faz uma análise crítica que cita um texto literário” – diz Marrie no livro já citado. Trazendo a coisa para os quadrinhos, dois autores fizeram o equivalente, ou seja, discorrer sobre a linguagem das HQs , seus limites e possibilidades utilizando o próprio meio,ou seja, uma HQ. Um deles é Scott McCloud, no livro Desvendando os Qudrinhos (M. Books). O outro é o brasileiro Jozz em O Circo de Luca(Devir), premiado como artista revelação no último HQMix.