O quadrinista e cineasta Frank Miller, autor de O Cavaleiro das Trevas, recentemente anunciou que uma história que tinha planejado para o Batman(e que está produzindo há 5 anos)não terá mais o personagem como protagonista. Para ele, a trama que envolvia combate ao terrorismo, não comportava mais o herói. Ele disse, em entrevista ao Los Angeles Times que “Parece-me que sair atrás do Charada parece bobo comparado ao que está acontecendo lá fora” - http://omelete.com.br/quadrinhos/graphic-novel-de-batman-por-frank-miller-nao-vai-mais-ter-batman/
De fato, desde o 11 de Setembro, quando o horror invadiu os EUA sem pedir licença, a fantasia que envolve o combate a supervilões ficou meio sem cabimento. Um caminho tem sido o de adicionar maior realismo às tramas (e,consequentemente,mais violência). É dentro desse quadro que surge essa nova Mulher Maravilha, de traço realista com um traje que pouco lembra o original e qu provocou a ira dos fãs. “Não se mexe no que é sagrado” foi o comentário repetido em sites e blogs. De fato, apesar do peso excessivo da palavra “sagrado”, seria difícil de imaginar tamanha mudança no visual do Batman ou do Superman (a exceção foi o uniforme negro do Homem Aranha). Dizem que é para adaptar a personagem para um filme, o que não az muito sentido, uma vez que os X-Men foram transpostos para a tela grande com mudança no figurino sem que isso acontecesse antes nos quadrinhos.
A verdade é que os uniformes colantes, as cores puras, o desenho estilizado, tudo aquilo que sempre caracterizou as HQs de super heróis tinham a ver com, a bidimensionalidade explícita, com uma concessão forte à realidade. Hoje, quando a mais tola história pede o apelo ao realismo do 3D, o mundo dos Super Heróis fica algo deslocado. E deslocado também ante o perigo real do terrorismo e a impotência de uma crise econômica que dificulta a vida do norte-americano - e cujo vilão não foi senão, o próprio capitalismo norte-americano.
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