segunda-feira, 16 de agosto de 2010

MORREU HERMAN LEONARD


O Jazz surgiu por volta de 1900 em New Orleans, da fusão da música negra com elementos brancos e da intersecção das culturas afro-americanas, latino-americanas e espanhola num momento e locais únicos na história. O gramofone, “máquina falante” de Emile Berliner e ancestral dos toca-discos nasceu em 1896, alguns meses depois da estréia em 28 de dezembro de 1895, no Grand café, em Paris, do cinematógrafo dos Irmãos Lumiére. Em 1888 George Eastman lançou a câmera e a empresa Kodak que abria uma nova era na fotografia (até então feita de daguerreótipos e chapas metálicas) e ao criar uma caixa portátil com um rolo de filme negativo(que seria o princípio do cinema). Pouco antes, em 1872,Claude Monet pintara “Impressão- Nascer do Sol”, de cujo nome derivaria um apelido desdenhoso, "impressionismo", que acabaria por nomear toda uma nova fase da pintura ocidental.

É a modernidade que chegava, em suas diversas faces, com a fotografia criando o cinema e transformando a pintura, criando enfim, todo um novo mundo.

E foi através da fotografia, tanto quanto do disco e do rádio, que o jazz se consolidou no imaginário mundial. Herman Leonard, que morreu sábado em Los Angeles aos 87 anos, foi sem dúvida quem melhor soube retratar o universo do jazz, traduzindo sua imprevisibilidade, sua fugacidade brutal em imagens tão bem quanto Baudelaire descrevia a modernidade. O trompetista Chet Baker(1929-1988), sobretudo, deve boa parte de sua fama e reconhecimento menos a perícia com seu instrumento do que às fotos de Leonard , que o mostravam com um James Dean do cool jazz, um rosto bonito e algo triste. Acima, em foto de 1949 no BirdLand, o autodestrutivo e revolucionário Charlie Parker perdido em si mesmo, gênio romântico totalmente entregue a sua arte.

Gênio Herman também.
Site oficial, direto nas fotos que têm o jazz como tema:

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