a construção do palácio de Versalhes (imagens ao lado e abaixo) custou 2 milhões de liras (algo como 1 bilhão de euros hoje, dados do historiador Michel Vergé-Franceschi) e foi, junto de sucessivas guerras , do auxílio à independência dos EUA ,do atraso crônico da indústria têxtil francesa e das más colheitas de grãos, um dos componentes que faziam o mundo da nobreza marchar para um fim que eles não percebiam e que decretaria a morte definitiva da arte rococó.
Diz Eric Hobsbawn(a tradução é de Maria Tereza L.Teixeira):
“As 400 mil pessoas aproximadamente que,entre os 23 milhões de franceses,formavam a nobreza(...)gozavam de consideráveis privilégios, inclusive a isenção de vários impostos(mas não de tantos quanto o clero,mais bem organizado),e o direito de receber tributos feudais”.
Para se ter uma idéia melhor do violentíssimo contraste desse fausto que era a vida da nobreza com a do povo, uma descrição precisa do historiador Alain Frerejean (tradução de Marly N.Peres):
“O trabalhador agrícola na França,no século XVII,geralmente morava numa casa de um único cômodo,algumas vezes,aklgumas vezes compartilhada com outra família.No interior,colchões de palha jogados no chão de terra batida(..)De maio a outubro,iam até os domínios dos nobres,do clero (...)para ajudar na colheita(...)Jornadas estafantes,nas quais homens,mulheres e crianças,dobrados sobre si mesmos durante horas e horasse esfalfavam a serrar,cortar,atar e empilhar.
A refeição dos camponeses restringia-se,quase exclusivamente,ao pão,uma mistura de centeio e de trigo,em porções diárias de cerca de 700 gramas,molhada numa sopa de legumes(...)Quase nunca havia carne ou derivados do leite(...)A caça e a pesca eram privilégio do senhor,mas alguns componentes,furtivamente,se arriscavam a abater um coelho ou conseguir um pouco de peixe”.
Obras consultadas
A Era das Revoluções (ed.Paz e Terra), Eric J. Hobsbawn
Revista História Viva ano III- nº25
Revista História Viva Especial temática nº2
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