Quem acompanha este blog sabe que eu vivo resmungando contra as novelas. Pois bem, ontem paguei a lingua ao assistir a algumas cenas do primeiro capítulo de Morde e Assopra.
Tem um núcleo de paleontologistas, do qual fazem parte Adriana Esteves(com visual meio Indiana Jones) e Bárbara Paz.
Adriana encontra um dinossauro numa fazenda ou sítio cujo dono é interpretado por Marcos Pasquim o qual, já sabemos de antemão, formará par româtico com ela assim que superarem os tradicionais obstáculos que as novelas impoem ao amor perfeito. Enfim, isso é o que menos importa.
As cenas que assiti eram extremamente bem filmadas. O núcleo dos cientistas é algo cômico (nesse sentido Bárbara Paz não estava ruim, mas pareceu passar do ponto, fez um tipo com trejeitos demais, que destoava dos outros e mesmo dela própria outras cenas dela). Adriana Estevez foi perseguida por duas crianças que a assustavam com um boi, na tentativa de botáa-la pra correr da fazenda. Ela tropeça e cai de cara num monte de esterco. Em primeiro plano vemos a cara dela toda suja e, bem ao fundo, desfocadas , as crianças com as mãos na cabeça certamente arrependidas. Cena visualmente bem construído e também muito engraçada.
Depois vemos o grupo entrer num hotel de luxo. Eles param na porta, conversam um pouco e a câmmera faz um traveling acompanhando-os da escadaria até a porrta. Lá, ela para e nós vammos aquele salão ennorme, luxuoso e já antevemos a comédia que virá: aquela gente emporcalhada tentando encontrar um quarto e recebendo olhares enviesados.
Há um outro núcleo, se bem entendi, ligado a inteligência artificial,robõs que parecem humanos (explico: assisti a novela sem som o que ressalta ainda mais a qualidade das imagens que falavam por si).
A novela em si traz um antogonismo interessante, que começa no título e se extende aos núcleos e opõe o mais ancestral (o dinossauro) ao mais adiante(os robôs), aquilo que é morto mas já teve vida(dinossauro) àquilo que está "morto" mas parece vivo(robô).
Enfim, esse texto bagunçado é só pra mostar que quando se dirige elogios a um filme e se ressalta esta ou aquela qualidade ,muita gente torce o nariz, dizendo que é chatisse, que se deve levar como entretenimento e pronto, mas não é bem assim. Ser divertido não exclui um pensamento por detrás daquilo que se faz.
Morde e Assopra, pelo menos no primeiro capítulo, mostrou que não é um amontoado de imagens vazias com muitos filmes que vemos por aí.
PS. Retorno ainda esta semana com um breve complemento ao texto sobre Rococó .Semana que vem, o anúncio da próxima sessão do Cineclube Gambalaia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário