Luis XIV (1701) , Hyacinthe Rigaud
“A escolha entre o desenho e a cor foi mas do que uma questão técnica;a decisão em favor da cor subentendia uma posição contrária ao espírito do absolutismo, à autoridade rígida e à arregimentação racional da vida-era também o sinal para um novo sensualismo e culminou em fenômenos como Watteau e Chardin(...)A tendência para o monumental,o cerimonioso e o solene já desaparece nos primeiros tempo do rococó e dá lugar a uma qualidade mais delicada e mais íntima.Na nova arte, a preferência recai sobre a cor e as nuances de expressão em lugar do grande e firme traço objetivo,e a nota da sensualidade e sentimento será ouvida em todas as suas manifestações”
- Arnold Hauser, "História Social da Arte e da Literatura" ,ed.Martins Fontes.
A sugestão do autor acima, quem acmpanha os comentários do blog viu que foi do grande amigo e historiador Mario Cesar (o Marioc). A imagem acima eu incluí a fim de que o leitor possa contrastar aquilo que Hauser identifica como "monumental,cerimonioso" e "firme traço objetivo" com a arte rococó, da penúltima postagem . Claro que arte como essa (retrato dos reis) continua a existir com algumas das mesmas características ao mesmo tempo em que Watteau e Fragonard produzem suas pinturas delicadas. O interessante é a mudança de sensibilidade, de modo de pintar, de motivos que surgem com o enfraquecimento dessa figura absoluta que é o Rei- e essa grandiosidade percebemos perfeitammente na pintura de Rigaud. Aliás, justamente essa pintura já esteve aqui no Brasil, em exibição na Pinacoteca,com outras obras produzidas para os Luises (14,15 e 16) no qual podia-se notar sutis mudanças no modo de se retratar cada rei para outro, sintoma das mudaças porque passava a monarquia e a arte no período.
PS. A divulgação do cineclube fica para o início da semana que vem, logo após uma última postagem sobre a França de Luis XIV. Já adianto que o filme é "Jejum de Amor", de Howard Hawks e a sessão será dia 07 de abril, às 20h.
2 comentários:
ja ouvi de gente muito boa, que a pintura é meio que avo da publicidade. no caso dos reis absolutistas tem tudo a ver
certamente. o omar calabrese chama os tempos atuais de "era neobarroca" exatamente por isso.
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