Foram três horas de visita e um andar inteiro (o último)ficou por ver, além de várias obras e quase uma dezena de vídeos vistos apenas superficialmente (me detive na ação dos pixadores, mas deixei passar Lygia Clark, por exemplo).
Esse blog não é muito de usar o texto em primeira pessoa, mas vamos lá. Minha primeira indicação está no piso térreo, é o impressionante trabalho de Ai Weiwei e suas esculturas dos animais do zodíaco chinês, trazendo algo da monumentalidade e da eternidade da cultura chinesa e seu estranhamento ao ocidente.
No primeiro andar o angolano Yonamine (que tem obras expostas também na galeria SOSO- Av. São João, 313, Centro) traz o caos visual, os frangalhos urbanos numa instalação que usa algumas técnicas da Pop Art (colagens, repetição de imagens da cultura de massas, reprodução de fotografias) numa chave completamente diferente para pensar a Angola contemporânea , o excesso de informação e imagens e o estado de favelização de suas cidades.
Também no segundo piso, a canadense Chantal Akerman tem uma instalação poderosíssima que é dos pontos altos desta Bienal algo irregular; começa(ou termina, depende de que porta você entra) com numa sala apertada, escura, claustrofóbica onde um aparelho de TV pequeno, no chão, reproduz um vídeo em VHS captada de uma câmera posta em cima de um veículo(não sabemos qual). Não há trilha sonora, apenas uma voz feminina que fala sobre uma cidade da Alemanha oriental, mas na realidade não vemos nada além do céu escuro sem estrelas, a não ser algum semáforo que por vezes está no caminho do veículo. Tudo o que temos é a emoção da voz a mexer com nossa imaginação. Em seguida (ou logo antes) mais de uma dezena de aparelhos de TV, cada um deles mostrando pessoas detsa cidade, andando, fazendo tarefas ordinárias.
Estamos rodeados, envoltos pela vida desta cidade que é, na verdade, parte da memória afetiva da cineasta (como a narração na outra sala já nos indicava). É o excesso em contraponto ao vazio, a presença ante a ausência da outra sala. Por fim um curta metragem não narrativo (Chantal é também cineasta, teve mostra retrospectiva exibida no CCBB de São Paulo este ano) onde viajamos por esta cidade e vemos com olhos de alguém familiarizado que retorna ao lar e contempla, apenas contempla.
Estamos rodeados, envoltos pela vida desta cidade que é, na verdade, parte da memória afetiva da cineasta (como a narração na outra sala já nos indicava). É o excesso em contraponto ao vazio, a presença ante a ausência da outra sala. Por fim um curta metragem não narrativo (Chantal é também cineasta, teve mostra retrospectiva exibida no CCBB de São Paulo este ano) onde viajamos por esta cidade e vemos com olhos de alguém familiarizado que retorna ao lar e contempla, apenas contempla.
E há Jean Luc-Godart. A ele, retorno.
29ª Bienal de Artes de São Paulo - 25 setembro - 12 dezembro 2010
Horários de funcionamento :
De 2ª a 4ª feira: das 9 às 19h.
5ª e 6ª feira: das 9 às 22h.
Sábado e domingo: das 9 às 19h.
Entrada permitida até uma hora antes do fechamento - Grátis.
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