quinta-feira, 2 de setembro de 2010

FUTURO PROMISSOR ? -PERSPECTIVAS PARA A EDUCAÇÃO 2

Sigo na minha atual onda de otimismo pra concluir a série de textos sobre educação – o que deve acontecer amanhã, espero.

Eu fui escolarizado obrigado a ler Senhora, de José de Alencar quem,para um adolescente, é de uma chatice atroz pois as longas descrições do autor romântico me soavam cansativas- já se falou disso aqui nos comentários das postagens anteriores.
Hoje há as adaptações em quadrinhos. É discutível se isso estimula ou não a leitura do original, mas pelo menos faz um primeiro contato não traumático- “literatura é um saco”, eu pensava. Vai também do professor (sobre ele, ver as postagens anteriores) de ser criativo, ler um trecho do original e comparar. E por aí vai. O que importa é que a mentalidade hoje é outra. Já vai longe o tempo em que escolas só faziam excursões ao Playcenter e ao Jardim Zoológico. Hoje pode-se ver crianças e jovens no MAM, no MASP,no Museu da Língua Portuguesa...E se os leitores de hoje estimularem seus filhos, em algum tempo teremos números bem diferentes dos expostos acima que estão mudando.
O número de livrarias cresceu 10% nos últimos 3 anos, o antigo presídio do Carandiru hoje é uma belíssima biblioteca, a Flip foi um sucesso, a 21ª Bienal do Livro teve 110mil visitantes num único dia, recorde que tornou o evento um transtorno para quem estava lá. Do público total, estimado em 745 mil pessoas, 288 mil eram crianças. Se essas crianças se tornarem adultos leitores que lêem para seus filhos, em algum tempo teremos um panorama muito melhor.

Eu leio no Blog dos Quadrinhos, do jornalista e professor Paulo Ramos as seguintes notas:

Na escola 1
A Prefeitura de Belo Horizonte incluiu pela primeira vez obras em quadrinhos na relação de livros dados aos alunos da rede municipal. Foram selecionados quatro títulos: "O Mundo Mendelévio e o Planeta Telúria", "O Chinês Americano", "Negrinha", "Estórias Gerais".

Na escola 2
As obras serão distribuídas aos estudantes em 2011. Cada aluno recebe dois livros por ano. Os álbuns são para diferentes faixas etárias. "Estórias Gerais", por exemplo, é para jovens e adultos. O município comprou entre 4 mil e 5,1 mil exemplares de cada título.

Isso é muito bom, estimula os jovens, estes que lotam a Bienal, que no futuro podem estar na Flip. Mas tudo pode ir água abaixo se os governantes não prosseguirem aumenando as verbas destinadas à Educação. Sobre isso, a próxima e derradeira postagem da série.

PS. Devo aqui alguma retratação ao governo Lula por ter dito que ele não fez “nada de expressivo” na educação. O percentual do PIB investido subiu, há o Fundef, o PróUni,o aumento no valor das bolsas aos mestrandos e doutorandos(o valor ainda está aquém do que deveria), a Federal do ABC, a Universidade de Ouro Preto. Enfim, isso confirma a intenção deste blog, que é a de discutir e pesquisar ao invés de arrotar certezas .

2 comentários:

Olga Defavari disse...

Interessante a sua análise, acredito que textos como este dão aos leitores um ideia diferente daquela normalmente disseminada pelo senso comum. Acho muito válido ressaltar iniciativas do governo federal, da inserção de HQS nas salas de aula e de preocupação por parte dos políticos.
Eu, na condição de estudante de letras, tenho a pretensão de contribuir muito nesta questão: O incentivo à leitura. Poderia aqui até criticar alguns professores que não preparam aulas atrativas, mas deixa eu chegar la primeiro pra entender melhor qual é a realidade da profissão.

Mário disse...

nada melhor que hq de peso ( o chines americano é sensacional) pra instaurar o comichao da leitura na molecada