@carlavilhenaa concordo! Fui ver o filme com minha esposa, pra relaxar, e saímos muito mais tensos que entramos! Mas é excelente o filme
carlavilhenaa
Não vou contar o fim, mas o desenrolar é quase insuportável. A tensão da protagonista nos invade e quase não dá pra encostar na poltrona.
carlavilhenaa
Em suma: filme bem realizado, Portman excelente (inclusive nas cenas de balé) mas o filme não condiz com a frase "Cinema é a maior diversão”.
Ora,com mil diabos,quem foi que disse que “cinema é a maior diversão”? O dono do Cinemark? Algum paspalho em Holywood? Pode ser, porque Hollywood, que já nos deu obras-primas, hoje entrega lixo atrás de lixo que o Cinemark trata de distribuir junto de sua pipoca hipercalórica. E é extremamente interessante notar que o casal foi ao cinema “pra relaxar”. È por essas e por outras que o espectador que eu citei na postagem anterior saiu bufando da sessão de “Tio Boonmee”.
A industria tomou conta de tal maneira do cinema, disseminou essa visão curta de tal maneira que hoje, quando alguém diz que cinema é arte, é tachado de chato,mal-humorado, ranheta,estraga-prazeres. Não consigo imaginar alguém indo ao MASP ver um Degas “pra relaxar” ou dizer que escultura é “a maior diversão”. Simplesmente porque não houve essa devastação da arte a ponto desse termo, “arte” ser quase um palavrão em cinema – ( não vou aqui discutir o termo “filme de arte” que normalmente cabe em produções pretenciosas e vazias). Nada contra se divertir com filmes como Predadores ou Mercenários, mas não dá pra pensar como esse pessoal, que cinema é só isso e,se não for,é uma porcaria – (o espectador acima se surpreendeu por não ter relaxado, mas gostou do filme).
Nas postagens seguintes vou trazer as idéias de Adorno e Horkheimer, que estabelecem uma divisão bastante rígida entre arte e a tal da “diversão” ainda que eu não concorde de todo com esse radicalismo deles.
Por enquanto,incluo aqui um trecho de um texto publicado esta semana pelo Inácio araújo em sua coluna diária na Folha de São Paulo.“Uma boa questão:por que os filmes que a crítica endossa são quase sempre ignorados pelo grande público?
Talvez não haja motivo para se surpreender. A crítica se interessa pelo filme com arte e tem a ilusão(às vezes nem tão ilusória) de definir o que é cinema.
Já a primeira obrigação de um grande filme, um filme de público,consiste em ir ao encontro desse público.
(...)Talvez o cinema hoje seja como a literatura.Ou alguém acha que Joyce e Proust figuram e alguma lista de Best-sellers?”
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PS. Um bom tempo planejando e organizando e finalmente vai estrear o cineclube idealizado por este que vos escreve e pelo Alex Lima, do espaço Cultural Gambalaia. Explico melhor o projeto, que será mensal e envolverá também música e mini-palestra, em postagem semana que vem. Mas desde já estão todos convidados !
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