Tanto lá como cá. Em Machete, de Robert Rodriguez, como em Tropa de Elite 2 de José Padilha, há a relação entre tráfico, milícias e campanhas políticas. No meio disso tudo, gente comum, bucha de canhão. Nos dois casos não háa um vilão que, derrotado, coloque as coisas em ordem. Há conflito,pancadaria, sangue e,no final, mudam-se os atores, mas o cenário continua o mesmo. Há hipocrisia, mentiras dadas para seduzir a opiniãao pública e a resposabilização ao "sistema" (o termo é dito nos dois filmes) essa ordem de coisas abstrata, difusa em que pessoas, por mais poderosas que sejam, são meras peças do jogo. Nãao se trata de não dar nomes aos bois até porque eles são somente isso, bois. Morre um, vem outro.
O flerte com a comédia e o trash nesse sentido prejudicam Machete, porque meio que desviam o foco, ou melhor, faz com que boa parte das pessoas não leve a sério o que ele tem a dizer quee é tão grave quanto nosso Tropa. Entre outras coisas, há traficantes financiando políticos de extrema direita que dizem lutar pela moralidade. Machete toca fundo na questão da imigração ilegal dos EUA, num momento em que se discute a criação de um muro separando a "terra das oportunidades" do México.
Alguém aí se lembra da idéia de construir um muro fechando as favelas cariocas, que ganhou a imprensa pouco tempo atrás?
Pois é...
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Machete é sensacionaal e,de quebra, tem uma Michelle Rodriguez de enfartar qualquer marmanjo e fazer Lindsay Lohan tão sexy quanto a freira que ela interpreta...
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O bar fecha as portas agora para um tiquinho de férias.
Meus sinceros agradecimento a todos que me acompanharam neste ano! Um feliz Natal e um ótimo 2011 para todos !
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