quarta-feira, 20 de abril de 2011

PRECISAMOS DE UM "TROPA DE ELITE" POR SEMANA


No Brasil o que não falta é lei. Existe pra tudo. Até jogar papel pela janela do carro é infração de trânsito. Só que aqui é possivelmente o único país do mundo em que existe a leei que pega e a que não pega. Ou seja, a lei,em si, não vale grande coisa, o que vale é se é aceita pela sociedade ou não.

Agora é a vez  do bullying, querem transformar em crime. Só mesmo num país onde a força da palavra, da retórica(vazia) tem tanta pompa (o tal do "tenho dito!") se pode pensar nisso, colocar tudo como caso de polícia.  Mandar preder e pronto. "Cadeia neles!  Pau neles!". Eles quem? Ora, os de sempre, os sem um tostão no bolso, porque para os endinheirados a lei não  pega. É provado que ,quando a aaplicação da lei é subjetiva, como no caso da quantidade de droga que configura tráfico, os juízes decidem de maneira diferente se o preso  for  um garoto de classe média ou um favelado. Essa conversa de cadeia e porrrada só serve pra demagogia dos Datenas da vida aumentarem mais o ibope a cada tragédia,como foi o caso do atirador do Realengo. E os demagogos três escalões acima, lá no senado, já propõem outra lei, ou melhor, a volta do plebiscito pela  proibição da venda das armas de fogo.
Ninguém em sã consciencia pode ser contra a idéia, mas o faato é que o buraco é bem mais embaixo. Vende-se isso como a solução contra a violência. "e tenho dito!"  E pronto, amanhã não morre mais ninguém.

Me lembra bastante outro caso bastante triste, o do  ônibus 174.  Na ocasião  o ex- presidente FHC, pressionado pela midia assombrada com "a escalada da violência em nosso país" tirou da cartola uma idéia mirabolante e milagrosa, transferir verbas destinadas  à  iluminação pública para o combate à  violência. O que  quer que significasse "combate à violência", não deu em nada, nem sei se de fato usarama  tal verba, se ela saiu e chegou a algum lugar.

Voltando ao plebiscito, sabemos  bem que as armas e a munição que matam esse tanto de gente não são compradas em lojas por pessoas  que fazem curso de tiro e registram a compra com seu CPF. Sabemos bem que vem de quartéis, pelas mãos de policiais corruptos, por vigilantes de empresas de segurança, por esquemas torpes dos próprios fabricantes de  enviarem os produtos para fora do país ilegalmente  e que retorna como "contrabando". Ora, uma gigante  dos cigarros fazia isso, e, pimba, seus produtos apareciam nos camelôs  "ninguém sabe como".

Os esquemas são complexos, tem gente graúda envolvida e fortunas  na jogada e não é baixando uma lei que vai se resolver alguma coisa  (com  Tropa2 deixa claro) . Ora, se não se impede nem o pessoal de jogar papel pela janela, vai impedir comércio ilegal de armas? O pior é que essa cultura (porque é de uma cultura nacional que se trata) de baixar lei para tudo e depois não dar conta de colocá-la em prática, cria outra cultura, a da subversão da lei frouxa,  o tal do jeitinho. E então a lei, por si, perde crédito junto ao povo.

É por isso o tútulo dessa postagem, porque Capitão Nascimento, o herói vencido que não desiste nunca, poderia muito bem estrelar uma série  de TV, tantas são as falcatruas,  as entranhas podres, as demagogias deste páis. Teríamos um Tropa de Elite por semana e ,pelo menos por uma horaco, a alma lavada.


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