Terminada a Mostra Internacional de Cinema, voltemos às artes visuais. Retomo do ponto em que parei, quando falava sobre o quanto a relação entre arte e linguagem sempre foi problemática.
Que a arte “comunica” algo niguém nunca duvidou. O problema era saber “ler” a obra de arte,ou, ainda, estabelecer uma “gramática”, buscando leis e unidades mínimas que, bem entendidas e respeitadas, poderiam permitir a “leitura” de qualquer obra. Ou, em outras palavras, traduzir o significado da imagem num discurso.
Um após outro os teóricos davam com os burros n`água. Suzanne Langer(a última teórica que citei) explicava essa dificulade dizedo que a arte tem um “modo peculiar de falar”- (notar como a palavra “falar’ remete ao discurso, a lingüística, à gramática). Para ela, a arte não funcionaria como linguagem por que lidaria com “sentimentos”(para ela, ambíguos, plurais) e não com “pensamento”(objetivo). Hoje sabemos que nem o pensamento é tão objetivo assim como a arte ´sim uma forma de pensamento, um discurso sobre a realidade.
Está achando isso tudo muito teórico? Então dê um pulo no CCBB-SP confira a exposição I In U (eu em Tu), retrospectiva de 40 da artista Laurie Anderson composta de instalações, desenhos, fotografias, vídeos , música, documentação de performaces e filmes.
Na obra de Anderson “algo que parecia ser objeto é discurso e o discurso é a essência de seu objeto” diz Marcello Dantas, no folder da exposição.
O nome original dá melhor dica do que sua tradução, afinal são duas letras que,pela sonoridade, significam palavras (I, U, eu, você). Ou : as unidades mínimas da linguagem que, agrupadas formam palavras, estabelecendo uma comunicação. E você irá percber com ela articula palvras e imagens, embaralha-as, dança com elas, criando e recriando significados.
Uma das obras é um livro que conta a história de coisas que tinha sdo roubadas de sua casa num assalto. Folha branco, na próxima só um palavra de um objeto(que nos remete à imagem dele). Em seguida, uma reproduçãode uma gravura (se não me engano, de Rubens), com um objeto da cena destav=cado em vermelho. Temos em nossa cabeça o significado da imagem, mas ela entra em conlfito com a a palvra escrita antes. Significante e significado em rota de colisão e recriando um ao outro.
Outra caracaterística da artista é contar histórias, narrar,de uma maneira quase ancestral, tocando mais no mistério(aquele algo que não se consegue explicar em palavras) mais do que na narrativa bem contada.
Com as artes visuais, ela recria a literatura, a oratória. Anderson lida com palavras, com imagens, com lguagem e mbém com sentimentos e sensações.
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