segunda-feira, 17 de maio de 2010

VIRADA CULTURAL- PORQUE O POVO PRECISA

Escrever em um blog é uma luta e tanto contra si mesmo, afinal nõ é pequena a tentação de se fazer passar por sabe-tudo. São poucos os leitores e menos ainda os que colocam algum comentário(quando eles existem), então, na prática, fica como se fosse um monólogo diante do espelho. O blogueiro fala o que quiser e bate palmas para si mesmo e tudo fica bem.
Bom, nem tanto, afinal esta postagem serve pra desmentir (pelo menos em parte) a anterior, quando eu critiquei duramente a Virada Cultural. Em resumo eu disse que o evento havia chegado ao seu limite duas edições atrás e dali em diante a tendência seria trair sua própria essência que é ofereer cultura da maneira mais plural e acessível e também que a formação de público seria melhor conseguida se parte do orçamento da Virada fosse para políticas públicas (como exibição de filmes ao ar livre, por exemplo).
Vamos lá: essa edição da Virada conseguiu superar aquilo que havia sido um problema aparentemente insolúvel, o do execesso de pessoas, que impedia a circulação, portanto bloqueava o evento , mantendo as pessoas fechadas em nichos de sua preferência(quem era fã de rock ficava só no palco de rock, até porque não conseguiria ira outro lugar). Foi de certo modo uma questão de logística; a distribuição dos palcos foi inteligente, os que concentravam mais público estavam bem distante uns dos outros, evitando assim o "congestionamento" de pessoas. Também não havia atrações em ruas de acesso aos palcos, nem na entrada do metrô Sé. Isso possibilitou a livre circulação de pessoas e, portanto, o contato com toda forma de arte. Daí que aontecem coisas incríveis, só possíbilitadas pela Virada, como um grupo de Congada irculando pela cidade e, indo atrás deles, heppies, universitários típicos, pessoal com camisetas de bandas de metal e farotos fantasiados de Hary Potter.
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A OSESP, após um período turbulento sob o comando de John Nashling, estreou na Virada agora sob a batuta de Artur Nestróvski e sua nova diretriz: ir ao enontro do público. E não poderia ter sido melhor: uma multidão de pessoas num domingo à tarde, sentadas, em pé ou mesmo penduradas nas grades do parque da Luz, mas em silêncio ouvindo a Tchaikovsky e Shumman. E aplaudindo efusivamenbte os bailarinos da SP Companhia de Dança, que fizeram apresentação especial. Logo ao final, as pessoas levantaram , pegaram suas cadeiras e correram em disparada para o palco no lado oposto da avenida, onde começaria um espetáculo de dança contemporânea.
Aí está a prova de que não faz sentido essa elite (econõmica, não a intelectual) diz, que o Povo não gosta de músia clássica. Mentira, o povo gosta sim, só não tem acesso.
E exige pouco esforço imaginar o que uma política pública eficiente pode fazer em áreas eonomicamente desprivilegiadas. As criaças não tem acesso a cultura de espécie alguma, só à TV (cujos valores obedecem aos critérios da audi~encia) e seus ideais de sucesso na sociedade são os criminosos. O rime seduziria muito menos jovens se a possibilidade deles serem músicos, bailarinos, artistas fosse tão acesivel quanto conseguir um revolver.
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A melhor surpresa, para mim foi mesmo a tal "Dimensão Nerd" provando que o significado nda palavra cultura é mesm ampla. E o local foi significativo, a Praça Rossevelt, reduto de mendigos, usuários de drogas e do povo que circula pelos teatros e que não é qualquer público de teatro, é bem diferente,k por exemplo, dos endinheirados das salas do Bixiga, por exemplo.
Os artistas estavam lá, afinal os teatros e os bares estavam funcionando, mas convivendo com uma garotada que fazia um jogo que é também interpretação, o RPG e ao mesmo tempo usando fantasias. O diálogo deve ser explorado, entre a cultura pop nerd e o teatro "underground"(não gosto da palavra mas vai ela mesmo) da Roosevelt. E só mesmo na Virada para esses dosi grupos tão distinmdo dividirem o mesmo espaço, ainda que suas experi~encias sejm ligadas pela interpretação de apéius, por viver numa outra dimensão que não a real, a ordinária. Cada um a sua maneira, claro.
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A Virada devolve o Centro ao povo? Antes eu disse que isso era balela, que dado nenhum prova que a população volte ao centro por causa da Virada e que o que há é mera oupaçlão predatória. Ora, disse isso ainda lembnrando da edição de 2009, que aliás ganhou as manchetes dos jornais exatamente por causa do mau comportanto de muitas pessoas. Saiu notícia de uma morte este ano, a primeira. Mas parece ter sido um probelma daqueles impossíveis de evitar. O centro estava cheio de lixo, é verdade, mas isso foi burrice pura, achar que as lioxeiras minúsculas do centro dariam conta de 4 milhões de pessoas (número estimado pela prefeitura).
E havia uma profusão de banheiros, quie, apesar de tudo, não impediram alguns garotões bem vestidos de urinar da rua. A ocupação predatória existiu sim, é um mau hábito latino americano, mas diminuiu frente a uma organização eficiente.
E a Virada devolveu o Centro ao povo, ainda que por 24 horas apenas, quando se pôde atravessae aquela faixa de gaza que é a praça Roosevelt em direção ao Anhangabaú à meia noite sem ter medo de qualquer tipo de crime. O sensato é que fosse sempre assim, afinal a noite paulistana é uma espécie de virada cultural, mas que tranca as pessoas nos carros e as faz reféns dos estacionamentos. E, sem pessoas que circulem à pé, vivendo e não apenas usando a cidade, o centro não renascerá nunca.
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Pra finalizar; é só uma impressão minha (e isso não quer dizer nada), mas acredito que o público foi bem menor do ano passado. Primeiro porque não conhei ninguém que esteve na edição anterior e não se dissesse traumatizado. Segundo porque a prefeitura divulgou um número de visitantes igual ao do ano anterior. Sabendo que é uma prática comum aumentar o público de evntos desse tipo a cada ano,me parece que na impossíbilidade de faezr isso (iria dar muito na cara, vamos dizer assim) resolveram não dizer que o evento encolheu. Ainda mais em ano de eleição.
É só uma impressão que não diz nada, mas isso pouco importaria porque para mim foi a melhor das seis edições já realizadas até agora.

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